O Ministério de Relações Exteriores anunciou nesta quinta-feira (19) o embaixador Sérgio França Danese como representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York, e também novos secretários que vão completar o time do chanceler Mauro Vieira.
Em comum, são nomes experientes que já desempenharam um ou dois postos de representação do Brasil.
Anunciado para a ONU, Danese ainda precisará passar por análise do Senado.
Ele ocupa atualmente o cargo de embaixador do Brasil no Peru, foi secretário-geral das Relações Exteriores entre 2015-2016 e também chefiou as embaixadas do Brasil na Argélia (2005-2009), Argentina (2016-2020) e África do Sul (2021).
Os outros nomes anunciados já começam a trabalhar.
O novo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros (Saef) é Mauricio Lyrio, atual embaixador na Austrália. Ele foi porta-voz do ex-chanceler Celso Amorim.
Lyrio, como chefe da área econômica do Itamaraty, é normalmente o ‘sherpa’, o representante pessoal do presidente da República nas negociações do G20 e em outros foros do tipo.
De acordo com o Itamaraty, ele terá a tarefa de coordenar a organização da presidência do G20 no Brasil, a partir de dezembro, evento que é considerado pelo governo “especialmente relevante na reinserção do país na cena internacional”.
Mauricio Lyrio também cuidará das negociações comerciais, como na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nesta quinta-feira (19), o Itamaraty confirmou a embaixadora Gisela Padovan para a secretaria de América Latina e Caribe (Salc), com agenda de reaproximação com os países da região.
André Correa do Lago vai dirigir a secretaria de Clima, Meio Ambiente e Energia, considerada uma prioridade na política externa do novo governo, ainda mais depois que Lula candidatou o Brasil a sediar a Conferência do Clima, a COP 30, em 2025.
Correa do Lago era, até o momento, embaixador do Brasil na Índia.
Eduardo Saboia continuará na chefia da Secretaria de Ásia e Pacífico (Sap). Ele foi embaixador no Japão.
Leonardo Gorgulho continuará no comando da Secretaria de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jurídicos, que terá desafios a mais diante do aumento de brasileiros no exterior.
Outras cinco secretarias ainda precisam ter as chefias confirmadas nos próximos dias.
A meta é de que 30% sejam compostas por mulheres, o que eleva a participação feminina na cúpula do Itamaraty. Com isso, das dez secretarias, três serão dirigidas por mulheres.
Nesta semana, o novo governo comunicou também que rompeu com o Consenso de Genebra, a aliança ultraconservadora criada por Donald Trump com apoio de Jair Bolsonaro.
O Itamaraty ressaltou que “essa aliança de mais de 30 países tem entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família e pode comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluídos os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Informações CNN Brasil
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