O número de acidentes de trabalho aumentou em 24,7% no ano passado, em Sorocaba. De acordo com dados divulgados pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), em 2022 foram registrados 1.100 acidentes, 218 a mais do que em 2021, quando houve 882 ocorrências desse segmento na cidade.
Em contrapartida, as mortes diminuíram. Em 2022, foram nove registros de óbitos de trabalhadores e 14 em 2021. Já este ano, até o momento, o Cerest recebeu a notificação de 226 acidentes e quatro mortes confirmadas no município.
Rodrigo Soravassi, engenheiro de segurança do trabalho, explica que o aumento no número de casos em 2022 está relacionado à mudança da comunicação das empresas em relação aos acidentes de menor gravidade.
De acordo com o profissional, muitas organizações, que antes não informavam as ocorrências aos órgãos responsáveis, com a obrigatoriedade do cumprimento da legislação trabalhista e previdenciária, passaram a prestar os esclarecimentos pelo sistema do Governo Federal, causando, assim, reflexos nos indicadores.
Porém, existem ainda outras razões associadas ao crescimento dos casos. Uma delas é a pandemia. Mas a falta de conhecimento para determinadas áreas também pode ter contribuído com as ocorrências.
“Muitos trabalhadores tinham sido desligados no período de pandemia. Com a retomada, novos funcionários foram contratados, muitos deles sem formação específica para atuar na área daquele segmento e, assim, houve um aumento nos casos de acidentes de trabalho. Um pouco por falta de estrutura da empresa e um pouco por falta de conhecimento das normas regulamentadoras e de como desenvolver as atividades de forma segura”, informa.
Para diminuir essas estatísticas, a alternativa é prevenção. Por esse motivo, o empregador deve ter ciência sobre as responsabilidades legais e sociais com os trabalhadores dentro da organização.
“O empregador precisa entender que deve ter uma relação saudável de emprego entre funcionário e empresa e, a partir disso, tornar o ambiente seguro. O primeiro passo para começarmos a construir isso, quando se fala de cultura de segurança é, de fato, a alta gestão entender essa necessidade e começar, então, através de programas de gerenciamento de riscos ocupacionais a desenvolver trabalhos em prol da segurança”.
Porém, para o especialista, somente desenvolver os programas não é suficiente, é necessário implementar as ações.
“É preciso fazer o gerenciamento de risco dentro da organização, fazendo adequações em máquinas, treinamentos e reduzindo os riscos ocupacionais. A partir desse ponto, a empresa consegue evitar que esses acidentes ocorram.”
A cada três horas, a morte de um trabalhador com carteira assinada é notificada no País, conforme divulga o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
O levantamento do órgão mostra também que desde 2012 mais de 25 mil mortes por acidente desse segmento foram registradas no Brasil. Para chamar atenção ao tema, em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu em 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
A data remete ao dia 28 de abril de 1969, quando uma explosão matou 78 trabalhadores em uma mina no estado de Virgínia, nos Estados Unidos, e foi escolhida em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Para Rodrigo, a data é importante para conscientizar a população. “Ter um mês para fazer essa divulgação mais ampliada, não só focada no que é obrigatório para o empregador, mas também para a sociedade, torna isso um hábito para as pessoas. Então, tocar no tema e mostrar a quantidade de acidentes que ocorreram nos últimos anos no Brasil mexe com a sociedade. Quem sabe, assim, mais pessoas possam entender que é necessário cuidar da saúde e segurança do trabalhador”. (Com informações do jornal Cruzeiro do Sul)
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