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Brasil inicia a assinatura de acordos com Portugal e Espanha

Matéria atualizada às 11h24 (22)

Começou na manhã deste sábado (22), pelo horário de Portugal, as ações político-diplomatas entre Brasil e países europeus. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelo presidente português, Marcelo Rabelo, com honras militares, na Praça do Império, em Lisboa. Em seguida, participou da cerimônia de deposição de flores no túmulo de Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerônimos.

Lula chegou a Portugal na sexta-feira (21), onde assina 13 acordos, e depois segue para a Espanha, país com o qual serão assinados outros quatro acordos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é recebido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa (Ricardo Stuckert / PR)

Pela tarde, Lula será recebido pelo primeiro-ministro português, António Costa, por ocasião da XIII Cimeira Luso-Brasileira. A previsão é de que a Cimeira seja encerrada às 20h, pelo horário local.

Pelo Twitter, Lula se manifestou sobre a visita a Portugal.

“É sempre com grande prazer que me reúno com amigos portugueses. Hoje é especial: minha primeira visita de estado a Portugal neste terceiro mandato. E retribuo a visita que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez ao Brasil na nossa posse”.

Negociação de soluções

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste sábado (22) o apoio do governo brasileiro à solução negociada para a paz na Ucrânia, invadida há mais de um ano pela Rússia, em declaração à imprensa no Palácio de Belém, em Lisboa. Lula começou nessa sexta-feira (21) viagem de Estado à Portugal e Espanha.

“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula.

O presidente reafirmou que o Brasil condenou a Rússia por ferir a integridade territorial ucraniana desde os primeiros dias do conflito. “Não somos favoráveis à guerra, queremos a paz”, disse Lula. “É melhor encontrar uma saída em torno de uma mesa do que continuar tentando encontrar a saída num campo de batalha. Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”.

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a necessidade da retirada imediata das forças armadas russas do território ucraniano como condição fundamental para ser possível encontrar uma reparação ao povo que sofreu a agressão, mas também como ponto de partida para a construção de uma paz duradoura.

Comércio exterior

Lula também ressaltou o potencial de Portugal e Brasil de dobrarem o fluxo de comércio exterior, atualmente por volta dos US$ 6 bilhões. “É preciso que a gente seja mais ousado. E é preciso que tanto nossos empresários quanto nossos ministros conversem mais e projetem perspectivas de futuro no financiamento das nossas indústrias e na produção de novos produtos entre os dois países”.

O presidente português reafirmou seu total apoio à ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor, uma tramitação que envolve 31 países. O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

Visita oficial

Mais cedo, Lula participou cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula teve encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Em seguida, haverá almoço oferecido pelo primeiro-ministro Antônio Costa e, à tarde, ocorre a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com a assinatura dos acordos bilaterais. Inicialmente, os dois chefes de governo têm reunião reservada, seguido de uma plenária com as duas delegações.

De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados pelo menos 13 acordos e parcerias com o governo português. (Agência Brasil)

Fernando Guimarães
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