Conforme havíamos afirmado no Editorial da semana passada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a CPMI das invasões de 8 de janeiro, seria instalada.
De fato, foi!
Após dois meses de pressão, a CPMI, que pretende apurar as responsabilidades dos ataques na praça dos Três Poderes, em Brasília, finalmente, tornou-se realidade.
Também pudera, um assunto de suma importância à sociedade brasileira não poderia, em hipótese alguma nem sob interesses quaisquer que fossem, ficar sem esclarecimento.
O que se viu naquele 8 de janeiro foi uma iniciativa de grupos mal-intencionados em causar o caos e estabelecer uma crise institucional entre os poderes.
Ora, e não poderia ser de outra forma!
Peças, móveis, instrumentos, equipamentos, acessórios, enfim, tudo o que se está colocado em Brasília é, com certeza, oriundo dos altos impostos que cada um de nós pagamos.
E qual insana cabeça – ou cabeças -, poderia sair tamanha aberração para propagar um prejuízo que, antes de seu valor financeiro estimável, ofende plenamente a soberania da maioria do povo que luta, labuta e batalha todos os dias para defender seu ganha-pão frente a uma quase bandalheira financiada por poderes egocêntricos?
Bem, depois desse desabafo que trava a garganta de qualquer cidadão de bem, finalmente, vimos o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco, senador do PSD de Minas Gerais, engolir a enrolação e fazer a tão esperada leitura do requerimento do deputado André Fernandes, membro do PL pelo Ceará, que cria, portanto, a comissão parlamentar.
Isso ocorreu em sessão realizada no começo da tarde de quarta-feira, dia 26.
Graças à divulgação, pela CNN, de imagens dos vídeos de segurança do Palácio do Planalto do nefasto dia, a sociedade brasileira viu seus representantes do Legislativo, Judiciário e Executivo movimentando-se energicamente, como que se estivessem interessados, de fato, em elucidar a questão.
Vimos deputados e senadores, sejam da oposição, do governo ou os chamados “neutros”, mudando as opiniões em favor da instauração desse importante instrumento da democracia brasileira: a CPMI.
Até mesmo aqui, da nossa Região Metropolitana de Sorocaba, acompanhamos o relutar de alguns parlamentares que não queriam meter a mão no pote para, de alguma forma, não se comprometer com aquilo que a sociedade espera seja esclarecido de maneira transparente e embasada no rigor da lei.
Ora, não precisamos citar nomes, pois sabemos que o cidadão brasileiro responsável, comprometido com sua nação, tem sim a noção do que é certo e errado e sabe exatamente quem joga a favor ou contra os interesses da população.
Pois bem, finalmente, a CPMI está instaurada; e, agora, quais os próximos passos?
Na semana que vem, já no mês de maio, ou seja, quase quatro meses depois, nossos legisladores vão iniciar um processo para o qual, originalmente foram eleitos: fiscalizar e investigar tudo aquilo que seja de interesse da nação.
Não importa quem seja, quem foi; o que importa é que algo que jamais poderia ter acontecido, aconteceu, de modo, então, que seus responsáveis precisam ser punidos conforme o peso da sua culpa.
Como pouca coisa sobrou, nossos ilustres nobres passaram, agora, a se articularem para garantir, conforme seus interesses, quem vai ficar na presidência e relatoria da CPMI do dia 8 de janeiro.
Dos 32 integrantes titulares da CPMI (16 deputados e 16 senadores), os governistas calculam conseguir indicar 20 nomes e ter a maioria.
Mas a briga entre os infantes, de nomes conhecidos no cenário político, ainda faz holofote sobre os rumos da CPMI.
Parlamentares da Câmara e do Senado devem realizar investigação conjunta sobre os atos ocorridos naquele extenuante dia.
Como disse o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, na leitura do requerimento, o objetivo da CPMI é apurar atos, ação e omissão.
Pacheco também solicitou que as lideranças das bancadas indiquem os nomes dos membros dos partidos que integrarão a CPMI.
A quantidade de parlamentares de cada legenda na Comissão deve respeitar o princípio de “proporcionalidade”, conforme o tamanho de cada bloco no Congresso.
Os trabalhos devem durar até 180 dias e são concluídos com a publicação de um relatório, aprovado por meio de votação.
Apesar dos trâmites iniciais e da falta de algumas definições para a comissão parlamentar, a partir de agora, a CPMI já está apta para iniciar as investigações.
O que se espera, a partir desse momento, portanto, é que os parlamentares trabalhem de maneira rápida, cautelosa, equilibrada e focados na solução dos acontecimentos de 8 de janeiro e que os responsáveis sejam, de fato, punidos.
A Cruzeiro FM está antenada nessa questão e vai continuar cobrando e pressionando os parlamentares federais que representam nossa região e estado, a fim de que os trabalhos da CPMI sejam perenes e coroados de vitória.
Cruzeiro FM, com você o tempo todo!!!
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