Jornalismo

Uso de lareira pode ter matado casal em chalé em Monte Verde, Minas Gerais

A Polícia Civil está investigando a morte do casal paulista que foi encontrado morto em um chalé na cidade de Monte Verde, em Minas Gerais, no sábado (24). A principal suspeita, levantada por familiares, é que eles tenham sido intoxicados por monóxido de carbono, um gás tóxico que se forma a partir da queima de madeira e carvão. O casal havia recebido naquele dia na pousada lenha para acender a lareira do chalé.

De acordo com o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, o gás é incolor, inodoro e altamente tóxico. Quando inalado, ele se liga à hemoglobina no sangue, formando a carboxihemoglobina – que é muito menos eficaz no transporte de oxigênio pelo corpo do que a hemoglobina normal.

“Isso pode levar a hipóxia, que é a falta de oxigênio, nos tecidos do corpo, o que pode ser fatal. Os riscos incluem danos ao cérebro e ao coração, que são particularmente sensíveis à falta de oxigênio. Em altas concentrações, a inalação do gás pode levar à perda de consciência e à morte”, afirmou o médico ao R7.

Walther Reis Cleto Júnior, de 51 anos, e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto, de 49, eram moradores de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. Eles tinham chegado ao chalé Aroma de Jasmi na sexta-feira (23) e deveriam passar o fim de semana no local. Segundo o proprietário, eles foram vistos pela última vez no fim da tarde, quando receberam um saco com lenha para a lareira do chalé.

O marido era motorista particular e sua esposa trabalhava como corretora de imóveis. O casal deixa três filhas. 

A pousada não tinha alvará de funcionamento, de acordo com a prefeitura de Monte Verde. O estabelecimento também não estava cadastrado como meio de hospedagem no Mobe (Ministério do Turismo, de acordo com a Agência de Desenvolvimento de Monte Verde), funcionando como casa de aluguel. 

O monóxido de carbono é produzido pela queima incompleta de combustíveis que contêm carbono, como gás natural, petróleo, carvão e madeira. Isso pode ocorrer em muitos lugares, incluindo motores de carros, aquecedores de água a gás, fornos, lareiras e churrasqueiras. Também pode ser encontrado em fumaça de cigarro e em incêndios, segundo Marques da Costa.

Ao inalar o gás, as pessoas podem apresentar sintomas iniciais como desorientação, confusão, sonolência e, em formas mais graves, perda de consciência. “Basicamente os sintomas variam em alterações do comportamento, do conteúdo e do discurso”, explica Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O pneumologista do BP reitera que, além da perda de consciência, em exposições menores, os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, mas sem febre, e podem incluir dor de cabeça, tontura, fraqueza, náusea, vômito, dor no peito e confusão.

As informações são do Portal R7.

Cibelle Freitas
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