Jornalismo

Músicos de rua enfrentam dificuldades e defendem iniciativas de visibilidade

Eles estão espalhados por aí em praças, esquinas, estações e vagões de trens e metrô. Aproveitam a correria das pessoas nas capitais e grandes cidades para oferecer sua música como um elixir para diminuir as tensões do dia a dia. Ofertam talento e recebem contribuições dentro da caixa do instrumento ou mesmo em um chapéu.

Esses são os palcos dos músicos de rua. Ali, apresentam-se e têm a oportunidade de ganhar visibilidade para a divulgação de seus trabalhos. Passam por cima da fiscalização e do preconceito oferecendo o que há de melhor no mundo da música. São estilos variados e para todos os gostos. Quem para, é convidado a se surpreender. Não existe um roteiro, pois tudo fica por conta do acaso nos próximos minutos.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), em 2022, 53,5% dos artistas que estão no top 200 do Spotify são autônomos. Isso é apenas um exemplo de como o mercado de pequenos artistas independentes vem crescendo e ganhando ainda mais visibilidade, alcançando mais pessoas com sua cultura.

De acordo com a ABMI, em 2022, 53,5% dos artistas que estão no top 200 do Spotify são autônomos (Reprodução)

Nomes como de Rod Stewart, George Michael, Michael David Rosenberg (Passenger) e Tracy Chapman, artistas de sucesso, não surgiram na cena musical mundial no topo. Todos eles começaram suas carreiras cantando nas ruas. George Michael, falecido em 2016, apresentava-se em vagões do metrô em Londres e cantava músicas do grupo Queen. Nos anos 80, formou a dupla Wham! ao lado de Andrew Ridgeley. Eles se tornaram os artistas pop com maior sucesso comercial da década. Venderam mais de 30 milhões de discos em todo o mundo entre 82 e 86.

Desafios e nova oportunidade

Um obstáculo para os artistas de rua é a segurança. De acordo com Jennifer Neres (N Jen), o risco de se apresentar nas ruas e perder tudo que conseguiu arrecadar é muito grande. “Por isso, tocar e cantar nos vagões do metrô é mais seguro. Nas ruas, em cinco minutos alguém vem e leva tudo”.

Ela pensou diversas vezes em abandonar tudo, mas usa uma frase que viu em um filme para explicar o motivo de nunca ter desistido: “Se eu não fizer esse negócio de música, eu não sei o que vou fazer, porque só sei fazer isso. A arte gera conexões e por mais que tenha dificuldades e pense em desistir é o que faz a gente se manter viva e pulsar nossos corações. A arte não me deixa desistir”.

Projeto Toca Aí é uma alternativa em São Paulo (Divulgação)

Jennifer viu um anúncio no metrô São Bento e com um link enviado por um amigo se inscreveu no Toca Aí. “Eu toco no metrô. Acredito na visibilidade que o Concurso dá para os artistas. Como dizem quem não é visto não é lembrado, principalmente para os artistas em início de carreira. Esse projeto é extremamente importante”.

Ela afirmou que sua participação nas seletivas foi uma experiência muito boa, pois além do palco havia a presença do público. “Quem trabalha nas ruas tem dificuldade em chamar a atenção das pessoas. Fazer com que ela pare uns minutos para te assistir. Nas grandes cidades isso é muito difícil”.

Quem busca um palco para mostrar sua arte tem há três anos uma grande oportunidade, participar do Toca Aí. Conhecido como o maior Concurso para Artistas de Rua do Brasil, que tem a missão de identificar, promover e premiar o trabalho dos músicos que atuam no cotidiano das cidades. O evento que está na terceira edição se destaca por sua capacidade de mobilização e engajamento das pessoas dentro da rotina urbana, criando experiências musicais e conexões diretas entre artistas e audiência. (Com informações de assessoria)

Fernando Guimarães
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