Mais de 5 mil pessoas são consideradas mortas e 10 mil desaparecidas por conta das fortes chuvas provocadas pela tempestade Daniel no nordeste da Líbia, que causaram o colapso de duas barragens, despejando mais água em áreas já inundadas.
Tamer Ramadan, chefe da delegação da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho na Líbia, divulgou o número de pessoas desaparecidas durante um pronunciamento a repórteres em Genebra, Suíça, nesta terça-feira (12). “O número de mortos é enorme”, disse ela.
Pelo menos 5.300 pessoas são consideradas mortas, disse o Ministério do Interior do governo oriental da Líbia nesta terça-feira, segundo a mídia estatal.
Dos mortos, pelo menos 145 eram egípcios, disseram autoridades da cidade de Tobruk, no nordeste da Líbia, próxima à fronteira com o Egito.
Os números ultrapassam a inundação registrada na Algéria em 1927, que deixou cerca de 3 mil mortos, tornando a inundação da Líbia a mais mortal já registrada no Norte da África desde 1900.
A última inundação registrada na Líbia foi em 2019, quando quatro pessoas morreram e dezenas de milhares foram afetados. Mas a escala da tragédia atual é sem precedentes para o país.
Na cidade de Derna, que sofreu o pior da devastação, cerca de 6 mil pessoas continuam desaparecidas, disse Othman Abduljalil, ministro da Saúde do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, a uma TV local. Ele chamou a situação de “catastrófica” quando visitou a cidade na segunda-feira (11) e descreveu o lugar como uma “cidade fantasma”.
Acredita-se que bairros inteiros tenham sido destruídos na cidade, segundo as autoridades.
“Os corpos continuam espalhados em muitos lugares”, disse Abduljalil à TV.
Os hospitais em Derna não funcionam mais e os necrotérios estão lotados, disse Osama Aly, porta-voz do serviço de emergência e ambulância. Cadáveres foram deixados nas calçadas do lado de fora dos necrotérios.
“Não há serviços de emergência de primeira mão. As pessoas estão trabalhando neste momento para recolher os corpos em decomposição”, disse Anas Barghathy, um médico que atualmente trabalha como voluntário em Derna.
As informações são da CNN Internacional.
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