Jornalismo

Congresso deve definir prorrogação da desoneração da folha de pagamento nesta terça

A prorrogação da desoneração da folha de pagamento deve ser decidida nesta terça-feira (24) pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, após pedido de vista que adiou a votação. Como o projeto é analisado em caráter terminativo no colegiado, caso não haja recurso, o tema vai direto para sanção presidencial. O assunto tem apoio maciço das lideranças partidárias, inclusive do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mesmo temendo perda na arrecadação, parlamentares da base de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem recuar da possibilidade de levar o assunto ao plenário e acabar gerando uma dupla derrota ao governo.

O Senado tende a recuperar o texto original que foi aprovado na Casa, descartando mudanças feitas na Câmara. O ponto de entrave é o que trata do benefício para as pequenas cidades. Os deputados aprovaram a redução da alíquota da contribuição previdenciária sobre a folha de todos os municípios, variando entre 8% e 18%, a depender da renda per capita. O relatório em avaliação pela CAE do Senado, no entanto, tenta aprovar a primeira versão do texto, beneficiando apenas cidades com até 142 mil habitantes com a diminuição do repasse de 20% para 8%.

Resistência à aprovação

O governo é resistente à medida, porque, segundo o Ministério da Fazenda, a desoneração vai acarretar uma renúncia fiscal estimada em cerca de R$ 9,4 bilhões. No entanto, a inclusão dos municípios pequenos nesse tipo de concessão é o que preocupa, pois se trata de uma renúncia inédita em um momento em que a equipe econômica tenta ampliar as fontes de arrecadação para garantir o equilíbrio fiscal.

Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) afirmou que “não é razoável o governo fazer esforço de reposição dos municípios e, ao mesmo tempo, ser votada a desoneração da folha dos municípios”. A referência é em relação à proposta que viabiliza a compensação de R$ 27 bilhões da União aos estados e ao Distrito Federal pela perda de receita com a redução do ICMS sobre combustíveis.

Apesar do posicionamento, a tendência é que a ala não recorra para votar o projeto em plenário e acabe acumulando mais uma derrota ao governo. O movimento simbolizaria um desgaste político não só para o Executivo, mas para os parlamentares que liderassem o pedido.

Caso o grupo não consiga articular uma exclusão dos municípios do projeto, o Planalto ainda pode promover vetos à proposta. O Ministério da Fazenda estuda um veto total, mas o governo reconhece que essa hipótese geraria um desgaste com o Congresso, com prefeitos e com os 17 setores que mais empregam. 

Expectativa

Enquanto isso, o movimento pela aprovação se consolida e tem apoio do próprio presidente do Senado. Pacheco defendeu a desoneração da folha e garantiu rapidez na votação caso o projeto vá a plenário. “A presidência do Senado tem uma posição favorável ao projeto. Consideramos que é importante a desoneração desses 17 setores que têm alta empregabilidade, cuja folha de pagamento representa muito custo a essas empresas, e é natural que haja um programa de desoneração prorrogado”, justificou. 

Sobre a inclusão dos municípios, Pacheco se manteve neutro. “Sendo uma vontade da Câmara e do Senado, a questão previdenciária dos municípios será decisão do entendimento da maioria, e vamos respeitar evidentemente, mandando à sanção do presidente da República.”

Se passar, a medida vai valer até dezembro de 2027. O desafio do Congresso é finalizar a análise da proposta antes do vencimento até então previsto. A desoneração da folha acabaria em 2020, mas o Congresso aprovou a prorrogação até o fim de 2021. Um novo projeto, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estendeu a medida até dezembro de 2023.

As informações são do Portal R7.

Cibelle Freitas
Compartilhar

Notícias recentes

Projeto de Lei obriga instalação de semáforos inteligentes em Sorocaba

Foi protocolado na Câmara Municipal de Sorocaba, um projeto de lei que obriga a Prefeitura…

15 horas atrás

Milei cancela aposentadoria e pensão de Cristina Kirchner

O governo de Javier Milei anunciou nesta quinta-feira (14) que irá cancelar a aposentadoria da…

16 horas atrás

Fernanda Montenegro entra para o Guinness Book após bater recorde

A atriz Fernanda Montenegro, 95, entrou para o Guiness Book, o Livro dos Recordes, após ter batido…

16 horas atrás

STF mantém condenação de Fernando Collor na Lava Jato

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (14) manter a condenação do ex-presidente Fernando…

16 horas atrás

Eliminatórias: Brasil joga mal e não passa de empate com a Venezuela

Em uma partida na qual não apresentou um bom futebol, o Brasil não passou de…

16 horas atrás

Número de casos notificados de coqueluche cresce em 2024

O ano de 2024 teve 3.253 registros de casos notificados de coqueluche, o que o…

16 horas atrás