Jornalismo

Para secretário-geral da ONU, Gaza está virando “cemitério de criança”

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse nesta segunda-feira (6) que a proteção aos civis “deve ser fundamental” no conflito entre Israel e militantes palestinos do Hamas, alertando que a Faixa de Gaza está se tornando um “cemitério de crianças”.

“Precisamos agir agora e encontrar uma porta de saída para este beco de destruição brutal, horrível e agonizante”, afirmou, pedindo novamente por um cessar-fogo humanitário imediato.

Israel prometeu eliminar o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, depois de militantes terem assassinado 1,4 mil pessoas e levado mais de 240 reféns, em um ataque no dia 7 de outubro. Israel tem contra atacado o enclave pelo ar, impôs um cerco à região e lançou uma incursão por terra. Autoridades de saúde palestinas afirmaram que o número de mortos em Gaza já ultrapassa os 10 mil.

“Gaza está se tornando um cemitério de crianças. Centenas de meninas e meninos estão sendo mortos ou feridos todos os dias, de acordo com relatos”, disse Guterres.

Ele afirmou que claras violações à lei humanitária internacional estão sendo cometidas. Guterres disse que a ONU precisa de US$ 1,2 bilhão para entregar ajuda humanitária a 2,7 milhões de pessoas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

“As operações em solo das Forças de Defesa de Israel e a continuação dos bombardeios estão atingindo civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e instalações da ONU, incluindo abrigos. Ninguém está a salvo”, disse ele a repórteres.

“Ao mesmo tempo, o Hamas e outros militantes usam civis como escudos humanos e continuam lançando foguetes indiscriminadamente em direção a Israel.”

Guterres afirmou que 89 pessoas trabalhando para a agência de refugiados palestinos da ONU morreram em Gaza, o que ele descreveu como o maior número de mortes de membros da entidade, “maior do que qualquer período comparado da história da nossa organização”.

Caminhões com ajuda humanitária têm entrado em Gaza pelo Egito, via Rafah, o principal posto fronteiriço que não é controlado por Israel. Mas autoridades da ONU têm dito repetidamente que tal auxílio é insuficiente para a população civil de Gaza, de cerca de 2,3 milhões de pessoas, sendo que mais de um milhão delas ficaram desabrigadas por causa dos ataques aéreos.

“A pequena ajuda não dá conta do oceano de necessidades”, disse Guterres. “A passagem de Rafah por si só não tem capacidade para processar caminhões de ajuda humanitária na escala necessária.”

Ele afirmou que pouco mais de 400 veículos entraram em Gaza ao longo das últimas duas semanas, em comparação com os 500 no dia anterior ao conflito. Os números não incluem fretes de combustível.

As informações são da Agência Brasil.

Cibelle Freitas
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