Começa nesta sexta-feira (5) o quinto dia de buscas pelo helicóptero que desapareceu no litoral norte de São Paulo. A aeronave sumiu do radar no domingo (31), mas as operações de resgate começaram no dia seguinte.
Quatro pessoas – incluindo o piloto – estavam a bordo da aeronave, que decolou no início da tarde do aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, e tinha como destino a cidade de Ilhabela, no litoral do estado.
Na última quarta-feira (3), o corpo de um homem foi encontrado às margens de uma represa em Natividade da Serra, cidade do Vale do Paraíba que fica perto do litoral norte.
Inicialmente, foi cogitada a possibilidade de que o cadáver pudesse ser de um dos ocupantes da aeronave. Na quinta-feira (4), a Defesa Civil e a Secretaria da Segurança Pública descartaram relação com o caso.
As buscas pelo ar são feitas pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Polícia Militar de São Paulo, por meio do helicóptero águia. O Corpo de Bombeiros se prepara para iniciar os trabalhos em terra, mas, para isso, precisa de coordenadas precisas sobre a possível localização da aeronave.
A FAB utiliza o avião SC-105 Amazonas na operação, que é feita pelo Esquadrão Pelicano. Cerca de 30 horas de voo já foram feitas em busca do helicóptero.
O avião usado pela FAB nas buscas contém um radar com capacidade de alcance de até 360 quilômetros e tem um sistema de comunicação via satélite que possibilita o contato com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero), mesmo em voos em baixa altitude.
O SC-105 também tem um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho. “Isso permite realizar buscas pelo calor, permitindo detectar, por exemplo, uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar”, diz a Força Aérea.
O empresário Raphael Torres, 41 anos convidou a amiga Luciana Rodzewics, 46, e a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20, para o voo.
Segundo o namorado de Letícia, o militar Henrique Thiofilo Stellato, a ideia do grupo era fazer um “bate-volta” em Ilhabela.
Na quarta-feira, o Stellato afirmou que a família iria organizar uma vaquinha para contratar pessoas que possam auxiliar nas buscas. A iniciativa, porém, foi suspensa posteriormente.
Por conta da falta de visibilidade, o piloto chegou a fazer um pouso de emergência em uma área de mata. Letícia mandou mensagem ao namorado dizendo que o tempo estava ruim e que não havia condições para o voo. Ela não soube precisar o local da aterrisagem.
Às 14h42, o piloto Cassiano Tete Teodoro entrou em contato com o heliponto no qual iria pousar e relatou que estava com dificuldades para cruzar a serra. Às 14h49, o piloto disse que ainda procurava um ponto com céu limpo para subir com o equipamento e passar da camada de nuvens. Pouco mais de cinco minutos depois, Cassiano diz que tentaria “ir por cima”.
Por volta de 15h13, o operador do heliponto voltou a tentar contato com a aeronave, mas não houve retorno. O último registro do equipamento nos radares foi por volta de 15h, quando o helicóptero sobrevoava a Serra do Mar na altura da cidade de Caraguatatuba, também no litoral norte.
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