Geralmente, quando começamos um novo ano, buscamos, por meio da nossa cultura supersticiosa, arrumar a bagunça das nossas casas, dos nossos trabalhos, a fim de reorganizar as coisas e, assim, abrir espaço para novos acontecimentos e, claro, sempre com o pensamento positivo.
No caso do Brasil, o que podemos esperar do governo federal? Será que a casa estará em ordem neste ano, com menos gastança e apostando que, de fato, as projeções econômicas aconteçam ao longo do ano?
Não podemos nos esquecer que 2024 é um ano de eleições municipais e que, por conta disso, o segundo semestre praticamente estará ao sabor dos partidos na disputa por câmaras municipais e prefeituras.
O jornalista comentarista de economia Celso Ming traz em seu artigo desta sexta-feira, publicado no jornal Cruzeiro do Sul, a avaliação de que as projeções econômicas feitas no início de 2023, para todo o ano, deram errado.
As apostas de analistas e consultores ficaram longe do alvo.
Mas, para este ano, algumas projeções parecem fazer mais sentido!
O governo aposta no cumprimento das previsões de crescimento do PIB de apenas 1,5%, considerando-se que a atividade econômica já vem em desaceleração e que o desempenho do agro pode não ser tão bom quanto em 2023, justamente por conta do impacto das mudanças climáticas.
Do ponto de vista da indústria de transformação, a recuperação não parece estar próximo do esperado; e o consumo poderá continuar retraído devido ao nível de endividamento das famílias, que segue alto demais e compromete o orçamento doméstico.
Há pretensões de que o Brasil possa crescer até 3% ao ano, mas isso ainda parece utópico, ainda mais em um ano eleitoral, em que as cifras reservadas para a gastança dos partidos e federações ultrapassam a casa dos bilhões de reais.
Analistas acreditam que o setor que poderá salvar a pátria será o da geração de energia limpa e renovável e a economia verde.
O economista e professor Geraldo Almeida, também colunista da Cruzeiro FM no quadro diário Economia e Negócios, defende que a economia verde e a energia renovável e limpa são o grande galardão do Brasil para este ano.
Mas para isso o governo precisa acreditar e investir no segmento, traçando políticas públicas importantes e necessárias para que o país não corra o risco de perder esse gatilho econômico.
É preciso também estimular o setor empresarial que continua incauto com o ritmo da economia brasileira.
Em dezembro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 11% em comparação com o mesmo período de 2022.
Os dados são da Fecomércio de São Paulo, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.
O ano de 2024, que começou com centenas de pessoas procurando emprego, não ajuda muito na expectativa de melhoria do mercado de trabalho, já que o governo federal aplicou um revés na economia recentemente.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou ontem que a reoneração da folha de salários vai prejudicar empregos no Brasil.
Segundo a CNI, a Medida Provisória 1.202, do governo federal, aumentará os custos das contratações e os riscos para a competitividade dos produtos e serviços brasileiros tanto no comércio internacional quanto no mercado interno.
Em entrevista, nesta semana, no Jornal da Cruzeiro, o deputado federal pela região de Sorocaba, Jefferson Campos, do PL, afirmou que o Congresso tem plenas condições de reverter essa situação e derrubar a medida provisória do governo.
De modo geral, deputados e senadores avaliam que a tendência é o Congresso rejeitar a medida provisória que retoma a tributação gradual da folha de pagamento das empresas.
No Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais, deve reunir líderes partidários na próxima segunda-feira ou terça-feira.
O objetivo inicial de Pacheco é ouvir a opinião dos parlamentares mais influentes sobre a MP da reoneração; mas os vetos impostos à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também devem entrar nas discussões.
Conforme o relatório Situação Econômica Global e Perspectivas, publicado ontem pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU — a Organização das Nações Unidas –, o Produto Interno Bruto do Brasil deve ter crescido 3,1% em 2023, mas o ritmo de avanço, provavelmente, vai desacelerar significativamente neste ano para 1,6%.
A ONU atribui a esperada desaceleração em 2024 ao impacto defasado de altas de juros no consumo e nos investimentos e à demanda externa mais fraca.
Em meados do ano passado, a ONU previa aumento bem menor do PIB brasileiro em 2023, de 1%, mas ganho mais robusto em 2024, de 2,1%.
Na primeira projeção para 2025, a ONU espera que a economia do Brasil volte a ganhar força e avance 2,3%, favorecido pelo novo arcabouço fiscal e pela ênfase renovada em investimentos que envolvam recursos públicos e privados.
Diante dessa miscelânia de números e perspectivas, podemos apostar ainda na melhora da inflação.
Com a queda do índice inflacionário, os juros básicos, a Selic, vêm para baixo também.
O mercado tem avaliado que a inflação chegue aos 9% no fim deste ano, mas ela pode recuar ainda mais, a depender de como for o comportamento do índice nos próximos meses.
Aí, nesse ponto, resta ao brasileiro esperar e torcer para que as coisas corram, pelo menos, dentro do mínimo aceitável para o crescimento, de fato, da economia brasileira.
Até lá, um feliz Ano Novo para você!!!
Cruzeiro FM, com você o tempo todo!!!
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