Jornalismo

Porto Alegre anuncia abrigo com segurança privada e instalações exclusivas para mulheres e crianças

A prefeitura de Porto Alegre (RS) anunciou a criação de um abrigo emergencial voltado para atender mulheres e crianças. A medida ocorre após relatos de violência e estupro em locais que recebem desabrigados em função das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.

Segundo a secretaria estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, seis homens são suspeitos de cometer abusos sexuais. O governador Eduardo Leite (PSDB) confirmou que os seis casos de violência sexual ocorreram em abrigos.

“Nos casos de abuso relatados, nossas equipes de segurança entraram imediatamente em operação e as pessoas [suspeitas] foram presas”, informou Leite, acrescentando que, nos seis casos, as vítimas eram crianças parentes das pessoas detidas.

O abrigo anunciado pela prefeitura será instalado no Foro Regional do Partenon, na Zona Leste da capital gaúcha, por meio de parceria com entidades do Poder Judiciário durante este final de semana.

Os locais específicos para mulheres e crianças contarão com segurança particular, mas os demais abrigos também devem receber o auxílio. A prefeitura fez ainda um balanço do número de pessoas acolhidas.

São 13,1 mil pessoas acolhidas em 140 estruturas emergenciais na capital gaúcha. Desse total, 127 passaram a contar com segurança privada das 19h às 7h desde a noite de quinta-feira (9).

Antes do anúncio da prefeitura, voluntários já buscavam montar abrigos exclusivos para mulheres e crianças, como informou a CNN.

CNN teve acesso a imagens desses locais. Os colchões com roupa de cama tem apenas, como diferencial, um urso de pelúcia para as crianças.

As voluntárias não permitiram a divulgação do local da casa que fica na Região Metropolitana de Porto Alegre, nem a divulgação das imagens, por medo do local ser alvo de criminosos.

Em nota, o Ministério das Mulheres informou que ministra recebeu as denúncias na noite de terça-feira (7) e desde a manhã de quarta, criou um grupo de trabalho interno para construir medidas e articulações, assim como para manter o diálogo com representantes da sociedade civil lá no estado.

A pasta ainda informou que desde as denúncias, as forças policiais do RS relataram ter aumentado a segurança nos abrigos.

O Ministério das Mulheres está organizando a ida da ministra até o estado e também de uma equipe para ficar no local, entre outras ações.

Durante a coletiva de imprensa para anúncio dos abrigos, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, também falou sobre construção de um corredor humanitário entre a avenida Castelo Branco e o Túnel da Conceição.

Para isso, a prefeitura irá demolir a passarela de pedestres junto à Estação Rodoviária.

Onda de saques

Com a evacuação de bairros e cidades inteiras, além da ausência de energia e luminosidade noturna, saques em lojas e residências têm se tornado frequentes em várias das regiões atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Um das cidades que sofrem com a onda de criminalidade é Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, uma das cidades mais afetadas pelas cheias.

Os relatos têm sido feitos pelos próprios moradores. De acordo com Giovane De Carli, que foi resgatado pelo Exército na quarta-feira (8), pessoas que permanecem nas casas afirmam que os bandidos usam motos aquáticas e botes para derrubar muros e invadir os imóveis.

Em entrevista à CNN, o governador Eduardo Leite (PSDB) reforçou a estratégia de convocar policiais aposentados para ajudar na segurança das cidades. Além disso, no início da semana, o governador solicitou o reforço de agentes da Força Nacional.

Ao menos 47 pessoas já foram presas por saques e estupros na região metropolitana de Porto Alegre.

Número de desalojados dobra

A quantidade de pessoas desalojadas no Rio Grande do Sul mais que dobrou em 24 horas, passando de mais de 163 mil na quarta-feira (8) para 327.105 na quinta-feira (9), conforme o último boletim da Defesa Civil estadual.

São pessoas que tiveram, em algum momento, deixar suas casas e buscar abrigo nas residências de parentes, amigos ou em abrigos públicos. Os abrigos do estado receberam 68.519 pessoas.

No total, 1,74 milhão de gaúchos já foram afetados de alguma forma pelas enchentes, ou seja, perderam casas, estão sem luz, água ou comida. Em relação aos municípios atingidos, o número chega a 431, o equivalente a mais de 80% das cidades do estado.

As mortes causadas pelas chuvas chegam a 107. Há 134 desaparecidos e 754 feridos.

Fonte: CNN Brasil

Cibelle Freitas
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