Editorial

Editorial: Trânsito opressor 14/06/2024

Em 12 meses, Sorocaba registrou 110 mortes no trânsito da cidade.

Os dados são do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), gerenciado pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de São Paulo, que apontam para o crescimento de fatalidades no trânsito.

Conforme os números apresentados, avalia-se que, em Sorocaba, o índice de casos é de 15 por 100 mil habitantes, ficando numa média estadual de 13,13.

Esses números integram municípios do estado com população acima de 300 mil habitantes e, dentro desse universo, Sorocaba posiciona-se como líder, acompanhada, na sequência, por Campinas e Praia Grande, com taxas, pela ordem, de 14,47 e 14,32 por 100 mil habitantes.

A capital, por incrível que pareça, surge nesse ranking na posição de número 21, ou seja, com taxa de 8,57 mortes.

Ora, o que pode então estar acontecendo?

Há um consenso entre os paulistanos de que, apesar do trânsito carregado por lá, depois de muitas mortes e colisões ao longo de anos, o motorista de lá aprendeu o básico no dia a dia do trânsito: o respeito.

E quando falamos sobre isso — é básico mesmo –, ao ponto de afirmarmos que, por exemplo, quando o motorista na capital liga a seta para acessar à esquerda ou direita, o outro motorista, que vem logo atrás, segura o carro e respeita essa comunicação.

Em Sorocaba, essa situação é marcante!

Aqui, às vezes, o motorista lembra de dar seta, mas, quando o faz, precisa enfrentar um verdadeiro desafio para encaixar o seu carro dentro da manobra, vez que o motorista que vem atrás, geralmente, desatento, acelera o carro e não dá passagem.

Isso, como dito antes, é básico.

É educação no trânsito, é ter respeito com o próximo e ser solidário no dia a dia.

Os motoqueiros são um dado à parte também nesse contexto, visto que uma boa parcela dos acidentados e mortos no trânsito de Sorocaba estavam em motos.

Há muita falta de respeito no trânsito.

Aqui, faz-se necessário diferenciarmos os termos “motoqueiro” e “motociclista”.

É senso comum afirmar que motociclistas são aqueles que, além de prudentes no trânsito, respeitam a sinalização e os demais condutores.

Já os motoqueiros são aqueles que acreditam, ainda, que praça, canteiros de avenidas, calçadas e contramão são opções para o tráfego de motos previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Bem, mas como sabemos, não são, não é mesmo?!?

Mas, infelizmente, essas cenas no meio urbano continuam acontecendo e, o pior, cada vez mais se tornando comum entre os motoqueiros.

Está errado e algo precisa ser feito com urgência.

Praticamente, todos os dias, o Jornal da Cruzeiro divulga notícias, trazidas por ouvintes e pela reportagem, sobre acidentes em Sorocaba, em especial, nas rodovias que cortam nossa região.

Nesta semana, o comentarista Pedro Guerra mostrou, durante o jornal, os números preocupantes sobre a violência do trânsito sorocabano.

Pressa, falta de respeito, má-educação, oportunismo, malandragem, entre outras condições, refletem na característica cruel do trânsito sorocabano, apontado pelos números do Infosiga.

Conforme os dados, a maioria das fatalidades, neste ano, aconteceu com homens, que representam 71% dos óbitos, na faixa etária de 25 a 29 anos, em vias municipais.

Os tipos de ocorrência, por sua vez, foram 15 colisões, 11 atropelamentos e oito choques.

Outros sete desastres foram por causas diversas, enquanto quatro não foram identificados.

Segundo o Infosiga-SP, as principais vítimas são condutores.

Do total de óbitos deste ano, 28 eram responsáveis pela condução do veículo, 11 pedestres, cinco passageiros e um não identificado.

Para reverter tal quadro negativo, conforme destaca o especialista em trânsito Renato Campestrini em suas colunas Mobilidade Urbana, da Cruzeiro FM, campanhas de incentivo ao respeito às regras de forma voluntária, por meio de abordagens de fiscalização, são um fator eficiente para mudar o comportamento do motorista.

Aplicar multas também é importante, pois é uma forma de reeducar o infrator e fazê-lo pagar por um risco que ele, voluntariamente, coloca outros condutores.

A Cruzeiro FM tem preocupação com a melhoria no trânsito e, anualmente, desenvolve sua campanha Motorista Legal.

Mas é imprescindível que cada um tenha responsabilidade e respeito dentro do trânsito, afinal, não circulamos pelas vias das cidades sozinhos; outra centena de usuários se vale dos mesmos recursos para compartilhar o trânsito urbano, então, é preciso se conscientizar sobre seu importante papel no trânsito.

Afinal de contas, paz no trânsito começa por você!!!

Cruzeiro FM, com você o tempo todo!!!

Cibelle Freitas
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