Editorial: Por trás do controle 26/07/2024

Ontem, dia 25 de julho, e amanhã, dia 27 de julho, duas datas importantes lembram de coisas importantes que, por vezes, são esquecidas e resultam, justamente em graves consequências a centenas de pessoas todos os anos.

Estamos falando do Dia do Motorista, celebrado ontem, e do Dia do Motociclista, lembrado amanhã.

E, infelizmente, não há muito para se celebrar, vez que, nesta semana, pelo menos dois acidentes tiraram a vida de pessoas no trânsito.

O caso mais recente, até o momento em que este editorial foi redigido, é o de um motorista de um carro que morreu depois de bater, com força, contra um caminhão no final da tarde de ontem, na rodovia Raposo Tavares, perto do quilômetro 50, no perímetro de São Roque.

De acordo com a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), com base em informações colhidas no local, o motorista trafegava sentido capital quando, por motivos a serem apurados, invadiu a pista contrária, batendo de frente com o caminhão.

Voltando algumas horas antes, na madrugada dessa quinta-feira, uma mulher, passageira de um carro, morreu presa nas ferragens.

Detalhe: o automóvel circulava pela avenida Ipanema, de Sorocaba, ou seja, numa área urbana, em uma avenida que, em tese, tem o fluxo de trânsito mais controlado por suas dimensões.

Porém, o motorista, por motivos ainda desconhecidos, perdeu o controle do carro e bateu violentamente contra um poste no canteiro central, próximo a uma passagem de pedestres.

Com ele e com a mulher que morreu, havia mais três mulheres: duas fugiram, por razões também desconhecidas, e a outra, sobrevivente, foi internada em estado grave no hospital.

Contudo, se você abrir os portais da Cruzeiro FM, do jornal Cruzeiro do Sul ou de quaisquer outros veículos de comunicação, vai encontrar, sem dúvida alguma, uma série de acidentes envolvendo motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.

Sejam acidentes mais leves ou não, as consequências por conta deles certamente são importantes, pois causam danos, congestionamentos e vítimas, cerceando, por vezes, a vida de alguém.

De certo, a maioria das pessoas não sai de casa com a intenção de provocar acidentes, ferir ou matar pessoas, porém, muitas delas acabam, por outros motivos, envolvendo-se neles.

Autoridades e especialistas afirmam, entre outras coisas, que a maior parte dos acidentes tem a característica humana, isto é, falha da pessoa.

Nesse contexto, entram excesso de velocidade, pressa, desrespeito à legislação e à sinalização de trânsito e, sobretudo, à falta de entendimento de que outras pessoas estão compartilhando os mesmos espaços no trânsito, de modo que têm os mesmos direitos e deveres.

Em vez de o governo ter se preocupado em trazer de volta o tal do DPVAT, agora, chamado de SPVAT (Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito), cujo objetivo é arrecadar mais dinheiro para os cofres públicos, deveria se preocupar mais com uma formação melhor de condutores e da realização de campanhas de conscientização mais eficientes para reduzir o número de acidentes no país.

Ao longo dos anos, o que mais se observa é o aumento da frota e abusos cada vez maiores no trânsito por motoristas e motociclistas despreparados para conduzir uma máquina com segurança.

Em meados de junho deste ano, o jornal Cruzeiro do Sul e a Cruzeiro FM trouxeram a notícia de que Sorocaba lidera o ranking de mortes no trânsito do Estado de São Paulo.

Com 110 óbitos em 12 meses, o município registra índice de 15 casos por 100 mil habitantes; enquanto a média estadual é de 13,13 casos por 100 mil habitantes.

Os dados são do Infosiga-SP (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), gerenciado pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito), que apontam para o crescimento de fatalidades no trânsito.

A análise leva em consideração municípios do Estado de São Paulo com população acima de 300 mil habitantes.

Nesse cenário, Sorocaba lidera o ranking, seguida por Campinas e Praia Grande.

Apesar de um aumento significativo de mortes decorrentes de acidentes de trânsito, algumas tendências permanecem.

A maioria das fatalidades, neste ano, aconteceu com homens, que representam 71% dos óbitos, na faixa etária de 25 a 29 anos, em vias municipais.

Conforme o Infosiga-SP, as principais vítimas são condutores.

Na opinião do especialista em trânsito, Renato Campestrini, que é titular do quadro Mobilidade Urbana da Cruzeiro FM, para reverter esse cenário, é necessário incentivar o respeito às regras de forma voluntária por parte dos condutores por meio da fiscalização.

Ou seja, não apenas punição, embora importante, mas investir em campanhas educativas de fiscalização, pois, como entende a maioria dos especialistas, a educação é o único meio eficiente para se reverter um quadro tão feio como este pelo qual passa Sorocaba e outros tantos municípios brasileiros.

Que estes dois dias – do Motorista e do Motociclista -, sirvam como um momento de reflexão pelos condutores.

A Cruzeiro FM mantém sua campanha permanente chamada Motorista Legal, mas, sozinha, não conseguirá mudar essa realidade, portanto cabe a cada um de nós fazer a diferença para melhor no trânsito de Sorocaba, bem como para qualquer outro lugar deste país.

Tenha consciência e se lembre: Paz no trânsito começa por você!!!

Cruzeiro FM, com você o tempo todo!!!