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Consumidores devem ser impactados já no curto prazo com alta da Selic

Os efeitos do novo ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, devem ser sentidos pelos consumidores no curto prazo e de forma mais mitigada em operações financeiras de grande porte, afirmam especialistas.

Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu alterar a Selic para 10,75% ao ano. Segundo estimativas do BC, qualquer movimento na taxa básica de juros leva de seis a nove meses para ser sentido na economia.

O efeito, porém, pode vir antes em pequenas operações de crédito, como cartão e cheque especial, segundo o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira.

Remédio amargo

O diretor-executivo da Anefac explica que o lado negativo nesta equação é o efeito cascata da inibição do consumo na economia.

Isso porque, com o poder de compra da população corroído, as empresas vendem menos, contratam menos e não aumentam salários, o que, no final, diminui o crescimento do país.

Ao mesmo tempo, ao pesar na balança o cenário atual, a professora da PUC-SP frisa que manter a Selic em patamares baixos não necessariamente reflete em maiores investimentos para a sociedade.

Impacto dos juros no dia a dia

Quando a autoridade monetária decide elevar a Selic, isso implica num cenário de contração da oferta e encarecimento do crédito. Dessa forma, as famílias passam a ter um menor poder de compra em seu cotidiano, explica Mello.

Vale lembrar que a Selic é utilizada como um instrumento de controle da inflação, ou seja, ao aumentar os juros é esperado uma desaceleração na economia e, por consequência, nos preços em geral.

Contudo, a economista aponta que fatores recentes, como as queimadas e a estiagem, que mexem com a produção de alimentos e o preço da energia, impõem um cenário mais desafiador para a redução da pressão inflacionária no país.

Além disso, uma pequena alteração na taxa de juros, como o aumento de 0,25 ponto percentual, pode implicar em taxas significativas para as famílias que estão endividadas.

Caio César
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Tags: economia

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