Reverendo Matheus Benevenuto Júnior morre aos 92 anos em Sorocaba
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 23/07/2023
Faleceu em Sorocaba, neste domingo (23), o reverendo Matheus Benevenuto Júnior, aos 92 anos de idade. Ele estava viúvo de Zilá Bisarro Rodrigues Alves Benevenuto e deixa os filhos Noemi, de 64 aos; Luiz, de 61 anos; Zilma, de 60 anos; e Andreia, de 50 anos.
O velório acontece nesta segunda-feira (24), entre 9h e 14h30, na Igreja Presbiteriana de Sorocaba, que fica na rua Santa Clara, 145, no Centro. Às 14h30, será a cerimônia de despedida e, em seguida, às 15h30, o corpo será levado para o Cemitério Memorial Park, onde será enterrado.
Início de uma trajetória
Nascido em 1931, em Rio Claro, o reverendo Matheus Benevenuto Júnior começou sua trajetória em 1952, quando cursou o Seminário Presbiteriano de Campinas até o ano de 1956. Ele veio para Sorocaba em dezembro de 1958, a convite do então presidente do Conselho da Igreja Presbiteriana de Sorocaba, Paulo Breda Filho, para assumir um pastoreado, que perdurou por 42 anos. Tempos depois, recebeu o título de pastor emérito.
Desde muito pequeno, Matheusinho, como era chamado, dizia-se vocacionado para seguir o ministério. Cresceu orientado para essa vocação e a exerceu em sua plenitude. Ainda menino, foi acometido por uma meningite. A penicilina acabara de chegar ao Brasil em um avião fretado vindo dos Estados Unidos. Para não perder o remédio, muito caro à época, os médicos resolveram aplicá-lo em Matheusinho. O menino se curou, mas ficou surdo em um dos ouvidos. Uma sequela de gripe fez com que ele perdesse o que restava de audição no segundo ouvido. Então, Matheus passou a usar um ouvido biônico.
O garoto cresceu e, enquanto cursava Teologia, atuava como líder da mocidade presbiteriana e em campos missionários avançados no sertão do Paraná. Após se formar, atuou por dois anos como missionário em trabalho social na congregação da Igreja da Lapa, em Perus, com operários e metalúrgicos.
Família e benevolência
Matheus se casou com a professora de música Zilá Rodrigues Alves em 1957, filha e neta de pastores evangélicos. Em Sorocaba, tiveram seus quatro filhos: Noemi, Zilma, Luiz Álvaro e Andreia.
A atuação do reverendo foi muito importante para diversas instituições da cidade. Ele foi membro da Loja Maçônica Perseverança III e do conselho editorial do jornal Cruzeiro do Sul. Dirigiu o Grupo de Escoteiros Baltazar Fernandes por mais de 30 anos e recebeu as comendas mais altas do escotismo no Brasil.
Atuou no Rotary Club de Sorocaba, foi professor do instituto de formação da Associação Cristã de Moços (ACM) e do Seminário Presbiteriano de Campinas. Lutou pela construção do novo Hospital Evangélico de Sorocaba, onde foi capelão desde 1959 até meados de 2012, em um trabalho pautado no atendimento com base na fé cristã. Também foi presidente da Associação Evangélica Beneficente, mantenedora do Hospital.
Após crises cardiocirculatórias, recolheu-se em sua residência para cuidar da própria saúde e de sua esposa, que ficou acamada. Zilá era a sua grande incentivadora, apoiadora e companheira de vida.
Entusiasta da história e da atuação da igreja na história de Sorocaba, Matheus desenvolveu pesquisa sobre o cemitério protestante de Ipanema e se tornou membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sorocaba.
Além dos quatro filhos, teve cinco netos e três bisnetos. Matheus foi um pastor que viveu o evangelho a todo tempo e em todos os lugares. Cativou inúmeros amigos e admiradores com sua benevolência e foi homenageado com um título de Cidadão Sorocabano. (Com informações do acervo do jornal Cruzeiro do Sul)