Homem recuperado de câncer terminal após terapia pioneira morre em acidente

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 19/12/2019

O mineiro Vamberto Luiz de Castro, de 64 anos, que foi curado a receber uma nova terapia usada no tratamento do câncer, morreu neste mês na capital mineira. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais na noite desta quarta-feira.
Ele faleceu após um acidente doméstico em 11 de dezembro, mas as causas ainda não foram informadas tanto pela Polícia, quanto pela família.
Vamberto teve traumatismo craniano e o acidente não teve ligação com o câncer. Os médicos afirmaram que ele estava curado depois de passar por uma fase terminal de um linfoma, um tipo de câncer, muito agressivo.
Ele procurou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto para tentar um tratamento ainda experimental no Brasil, inédito na América Latina, com uma equipe da Universidade de São Paulo (USP).
O aposentado foi o primeiro paciente a ser tratado na América Latina a partir da inovadora técnica que usa células T do sistema imunológico retiradas do próprio paciente e geneticamente modificadas. Na maioria das vezes, basta uma única dose.
O método consiste em usá-las após manipulação em laboratório que permite que possam identificar e passar a combater as células causadoras do câncer. Uma vez modificadas e injetadas novamente no paciente, elas se reproduzem aos milhões e atacam as células cancerígenas.
No caso do aposentado, o câncer afetava o sistema imunológico, já havia se espelhado e o levou a um prognóstico de apenas um ano de vida. Mas, de acordo com a equipe médica, em menos de 20 dias após o início do tratamento, ele – que precisava de morfina e tinha nódulos por todo o corpo – já não apresentava mais sintomas da doença. “Os gânglios no pescoço desapareceram, ele parou de tomar morfina para dor, ganhou três quilos, voltou a andar”, conta Renato Cunha.
O paciente teve alta em outubro e a notícia da cura teve repercussão nacional e deixou milhares de pessoas com a mesma doença com esperanças de sobreviver.
O tratamento bem-sucedido promoveu a cura do paciente e foi realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de uma pesquisa que está sendo realizada na universidade, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
Essa terapia, porém, ainda é considerada experimental. A expectativa, agora, é de que a terapia seja testada em pelo menos outros 10 pacientes e, no futuro, esteja disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas são necessários mais investimentos para que seja ampliada a estrutura disponível para a pesquisa.
Com informações do Jornal O Estado de Minas
Edição – Alessandra Santos


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