Apostadores da Mega da Virada sonham em ajudar a família e com viagens
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 31/12/2019
O movimento das lotéricas no Brasil diante do prêmio de R$ 300 milhões da Mega da Virada mistura sonhos e desejos. Os jogos podem ser feitos até as 18h desta terça-feira (31), mas segundo a Caixa, o horário de funcionamento das lotéricas depende de cada loja. O sorteio ocorre às 20h.
No Rio de Janeiro, entre apostadores da lotérica da Central do Brasil, a maior parte disse que o primeiro plano é ajudar as pessoas da família, com cuidado especial para os filhos. Mas há também planos para viagens e com uma casa própria para fugir do aluguel. A Central do Brasil tem um grande trânsito de passageiros que utilizam os trens da Supervia e, na lotérica, as filas eram grandes.
Se ganhar na Mega da Virada, o aposentado Mílton Ferreira Lessa, 87 anos, pretende pagar um médico para um tratamento do filho, que tem necessidades especiais e não consegue falar. “Com a idade que tenho posso morrer de hoje para amanhã. Tenho um filho especial que tem 58 anos, primeira coisa que tenho a fazer é pegar esse dinheiro, botar na mão de um médico. Fazer tudo para operar para ele falar. Ele não fala. Minha vontade é essa. Eu morrer e deixar ele falando. Ele tem uma inteligência fora de série”, disse.
Seu Mílton joga com frequência e sempre mudando os números. Nunca acertou as dezenas milionárias. “As únicas vezes que ganhei foi coisa de R$ 80”, disse. Ele ia conferir o resultado do jogo passado e já ia fazer um novo. “O pessoal [da lotérica] já me conhece e não entro nem na fila, mas hoje, como a fila está grande, quero respeitar. Pela minha idade podia estar lá na frente. As meninas [que atendem na loja] até falam, vem para cá, meu amor”, disse.
Mansão
O segurança Roberto Lima, 53 anos, quer ganhar o mundo depois de comprar uma mansão. “Paris, Amsterdam, Madri, China, passar 15 dias em cada país desse só para conhecer e depois voltar para conhecer o Brasil todo”, disse, Roberto, que, se ganhar apenas uma parte do valor do prêmio já está valendo. “Tá bom demais, qualquer dinheiro é bem-vindo. Dá para ajudar cada irmão, cada filho, deixar todo mundo bem, cada um com sua casinha” completou.
Janete Gomes, 53 anos, que trabalha como calandrista em uma lavanderia, já tinha feito um jogo com a filha, mas hoje resolveu fazer outro sozinha. O prêmio é um valor alto, mas Janete não quer tudo. “É muito dinheiro. Não traz felicidade. Quero só para comprar a minha casa e ter um dinheirinho guardado. Está ótimo”, disse.
Faculdade
A diarista Elizabeth Marques do Carmo, 43 anos, quer garantir a faculdade de odontologia da filha, que está no terceiro ano do segundo grau. Quer também ajudar os quatro irmãos. Elizabeth também quer realizar o sonho da casa própria e não pensa nem em mudar de bairro. “Lá mesmo em Campo Grande [zona oeste do Rio], acho que é o melhor bairro. Em termos de violência é o melhor. Carro dorme na rua, janela aberta, ninguém mexe em nada. Isso não tem preço. Não paga nada”, disse.
Se decidir fazer uma viagem, a diarista já tem o local escolhido: Recife, em Pernambuco. “É um lugar que eu gostaria de conhecer e minha filha também. Talvez até tem uma possibilidade de me mudar para lá. Minha filha tem desejo também, quem sabe levar os irmãos?”, disse, revelando ainda um outro sonho. “Montar uma empresa de diaristas”.
Na Saara (Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), região de comércio popular do Centro do Rio, entre uma compra e outra, a lojista Antonieta Gomes de Oliveira, 46 anos, deu uma parada para apostar na Mega. Ela também tem vontade de melhorar a vida da família. “Não dá para melhorar um só, então, se der para melhorar um pouquinho de todo mundo, né?”, disse completando que não faz ideia de quanto significa o prêmio de R$ 300 milhões, que espera conseguir com um jogo único.
Em boas mãos
O agente de trânsito, Marcelo Oliveira da Silva, 53 anos, aproveitou que precisava pagar a conta de luz para fazer uma fezinha na Mega. “Quem sabe não é o dia da minha sorte? Se eu ganhar vou ajudar muita gente, principalmente, da minha família que precisa”.
Marcelo não sabe ainda onde mais pode gastar o dinheiro do prêmio, mas, pelo menos, uma viagem está nos seus planos. “Na verdade não sei o que fazer, mas de cara vou viajar para a Bahia. Com dinheiro você consegue dormir e acordar bem, né? Saber que não tem dívida para pagar”.
O agente de trânsito quer também que o prêmio fique em boas mãos. “Espero que quem ganhe precise. Espero que a pessoa que ganhar esses R$ 300 milhões esteja precisando muito. Essa é a ideia”, concluiu.
Com informações da Agência Brasil
Edição – Alessandra Santos