Remover criadouros e alerta aos sintomas são alvos da Prefeitura para conter avanço da dengue
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 04/02/2020
A médica infectologista Priscila Helena dos Santos, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, falou hoje (4) no Jornal da Cruzeiro sobre as ações da Prefeitura de Sorocaba para conter a epidemia de dengue, que foi decretada ontem na cidade diante do aumento do número de casos confirmados da doença.
O município tem 104 casos confirmados de dengue, sendo 76 autóctones e 25 importados, com 802 notificações até sexta-feira passada, podendo haver mais diagnósticos positivos que ainda estão passando por exames.
A médica explicou que já era esperada a possibilidade de uma nova epidemia por causa da circulação do vírus sorotipo 2, que deixa as pessoas mais suscetíveis a terem a doença, mesmo as que tiveram a dengue na epidemia de 2015. Naquele ano, o vírus tipo 1 era o que predominava.
A epidemia foi decretada ontem diante da comparação do número de casos confirmados a cada semana, na comparação com o mesmo período em anos não epidêmicos. Quando se tem um número de diagnósticos superior, por quatro semanas, diante do limite esperado o quadro é de epidemia.
A especialista comentou que Sorocaba está na 6.ª semana epidemiológica com casos acima do limite esperado e que ainda há mais dois meses de verão, com temperaturas altas e tempo úmido, o que pode agravar ainda mais a situação e por isso o alerta da prefeitura para este quadro.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica reforçou a necessidade das pessoas eliminaram os criadouros do mosquito Aedes aegitpy em suas casas para conter a reprodução do inseto, assim como evitar o descarte de objetos e materiais em áreas públicas e terrenos baldios.
Ela explicou que apenas o mato alto não pode ser considerado um fato que pode multiplicar os criadouros, mas sim o lixo espalhado ao ar livre.
Outra questão abordada é a dificuldade dos agentes públicos entrarem em imóveis particulares, em casas que estão para alugar e têm piscinas não tratadas e que acumulam muitas larvas do mosquito.
A Prefeitura pode acionar o Judiciário para permitir a fiscalização nestes locais, em último caso, se não houver sucesso no contato com o proprietário.
No levantamento feito com as notificações dos casos, a Vigilância verificou que os casos estão por toda a cidade, com concentração maior nos bairros que ficam no entorno das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Vila Hortência (zona leste), Jd. Rodrigo (zona norte) e Jd. Simus (zona oeste).
Sintomas
Quem sentir os sintomas da dengue (dor no corpo, febre alta de início súbito, dor de cabeça e atrás dos olhos) deve procurar imediatamente um serviço médico, seguir as orientações de repouso e ingestão de muito líquido e usar repelente ao longo do dia para evitar que pessoas próximas possam ser contaminadas com o vírus.
A volta do “fumacê”
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica também comentou que após oito meses sem receber o veneno do Ministério da Saúde, Sorocaba recebeu na última quinta-feira (30), 100 litros do inseticida Malathion. O veneno é usado para a nebulização feita pelos agentes e pelo caminhão de fumacê, somente ao redor de casos positivos de dengue e aglomerados de casos, respectivamente. O veneno tem o objetivo de eliminar as fêmeas infectadas com o vírus.
Ouça a entrevista!