Bolsonaro rebate acusações de Moro e afirma que nunca pediu para ser 'blindado'
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 24/04/2020
Acompanhado de seus ministros, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento de 45 minutos em Brasília no final da tarde desta sexta-feira (24) para rebater as acusações do ex-ministro Sergio Moro que afirmou pela manhã que pediu demissão do cargo pela interferência política do presidente para trocar a direção geral da Polícia Federal.
Bolsonaro disse que tem a prerrogativa de exonerar servidores e que não tem que pedir autorização a um ministro para trocar um ocupante de um cargo no seu governo.
Ele destacou que quase teve que implorar para o Sergio Moro que a PF investigasse o autor da facada que ele recebeu e os esforços estavam concentrados na investigação do homicídio da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro.
O presidente ressaltou que nunca pediu ao ex-ministro que o blindasse de investigações e nem solicitou acesso à inquéritos em andamento, nem que se referem a ele ou a sua família.
No pronunciamento, Bolsonaro revelou que Moro disse que aceitaria a troca de Maurício Valeixo, da direção geral da PF, só em novembro quando o presidente poderia indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Também citou que Moro não encaminhou um pedido feito pelo presidente sobre a lei do uso de algemas, que segundo o presidente estava sendo descumprida em diversas ocasiões.
Bolsonaro destacou que Moro fez acusações infundadas e que lamenta estes fatos, que podem prejudicar a imagem do ex-ministro.
O presidente afirmou que Moro não participou da campanha, mas quando foi escolhido para ser ministro da Justiça e Segurança Pública, o presidente disse que ele teria autonomia, mas explicou que ele teria que aprovar as indicações, mas abriu mão de avaliar a escolha do Valeixo para ser o diretor geral da Polícia Federal.
Disse ainda que foi acusado de tentar barrar a Lava Jato no seu governo, mas disse que não fez nada para isso e que as operações diminuíram porque não há mais rastro de corrupção no seu governo.
Edição – Alessandra Santos