Queda na temperatura exige mais cuidado com doenças respiratórias
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 08/05/2020
A proximidade do inverno e a queda na temperatura, além da pandemia do novo coronavírus, exigem cuidados redobrados com doenças respiratórias, que aumentam nesta época do ano. Segundo o médico pneumologista e diretor clínico do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), José Rosalvo Maia, devido à pandemia da Covid-19, a prevenção contra os problemas respiratórios torna-se imprescindível.
Na quarta-feira (6), a diminuição da temperatura fez a Defesa Civil do Estado de São Paulo divulgar um alerta sobre a ocorrência de temperaturas baixas até este sábado (9). O alerta vale para Sorocaba e prevê para o período temperaturas entre 7ºC e 12°C.
A chegada do outono sempre acende um sinal de alerta para quem sofre com doenças respiratórias. Além disso, no atual momento, a orientação dos especialistas é que a atenção seja ainda maior nesses casos, já que as pessoas com doenças respiratórias são consideradas do grupo de risco para a Covid-19.
Conforme o pneumologista do HES, os problemas respiratórios mais comuns nas estações mais frias do ano são: gripes, resfriados, pneumonias, sinusites, doenças alérgicas, como asma e rinite, e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Segundo o médico, esses quadros costumam se agravar no outono, em decorrência da combinação da queda na temperatura com a baixa umidade do ar. “O ar mais seco aumenta a concentração de poluentes na atmosfera, elevando os riscos de agravamento de todas essas doenças respiratórias”, explica.
Há diferenças entre cada uma delas, detalha o especialista. A gripe é causada pelo vírus Influenza e manifesta febre, tosse, coriza e dor no corpo, geralmente intensos. Pode evoluir para quadros mais graves, como pneumonias. Já os resfriados são gerados por outras viroses e possuem sintomas mais brandos, além de menor risco de complicações. As pneumonias, por sua vez, são infecções pulmonares, enquanto asma e rinite tratam-se, geralmente, de doenças alérgicas.
Apesar das especificidades, o contágio das doenças infecciosas pode ser evitado da mesma forma, por meio de medidas preventivas. Elas se propagam, principalmente, pelo ar e pelo contato com gotículas de saliva contaminadas. Sendo assim, a primeira recomendação é manter os ambientes arejados e limpos.
No outono, devido ao friozinho, as pessoas tendem a permanecer em locais fechados, mas isto acaba sendo contraindicado. A falta de circulação do ar pode favorecer a propagação do vírus e a consequente contaminação, esclarece o pneumologista.
Além disto, pelas mesmas razões, é importante adotar a etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar, cobrindo a boca e o nariz com o antebraço ou lenço descartável, e nunca com as mãos. Esse comportamento evita a pulverização de secreções. “Em meio à pandemia, higienizar corretamente as mãos, com água e sabão e seguindo o passo a passo, é ainda mais importante. Em situações específicas, pode-se utilizar álcool em gel para a higienização”, afirma o pneumologista.
Vacina contra gripe é uma forma de proteção
A proteção contra doenças respiratórias também pode ser assegurada por meio da vacinação anual. Segundo o médico pneumologista José Rosalvo Maia, devem ser tomadas, prioritariamente, as doses contra a gripe, eficientes contra o vírus Influenza. “A eficácia das vacinas é cientificamente comprovada, devendo ser evitada apenas nos casos expressos de contraindicações. São medicamentos muito seguros”, destaca o médico.
Essas precauções reduzem o risco de adoecer e, também, beneficiam quem já possui problemas respiratórios. Isso porque no clima mais frio, naturalmente, as doenças tendem a se manifestar. Sendo assim, manter o tratamento habitual e seguir fielmente as orientações, evitando o agravamento do quadro de saúde e possíveis complicações, são as medidas indicadas. “Mesmo porque, essas doenças são consideradas fatores de riscos para complicações da Covid-19 ”, adverte Rosalvo.
Manter hábitos saudáveis de vida é igualmente essencial, para fortalecer o sistema imunológico frente aos vírus. Para tanto, dormir bem, por cerca de oito horas, alimentar-se saudavelmente, com refeições ricas em frutas, verduras e legumes e exercitar-se com frequência, favorecem a imunidade, afirma o especialista.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul.