Conselho Nacional de Saúde sugere recuo na liberação da cloroquina para tratamento da COVID-19

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 23/05/2020

O Conselho Nacional de Saúde (CNS), vinculado ao próprio Ministério da Saúde, solicitou a suspensão da orientação que libera o uso da hidroxicloroquina para tratar sintomas leves da COVID-19.
A recomendação também foi encaminhada ao Ministério Público Federal, pedindo providências para que a indicação seja suspensa, pelos riscos à saúde da população brasileira.
No documento, o conselho afirma que a orientação do ministério não está baseada em evidências científicas e se baseia em estudos já criticados por pesquisadores.
De acordo com Débora Melecchi, representante da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e integrante do conselho, “o uso da cloroquina, sem comprovação da eficácia, coloca em risco a vida de milhares de pessoas”. Ela afirma ainda que “as orientações desrespeitam a ciência porque inexistem estudos que indiquem eficácia do uso de cloroquina para sintomas leves”.
A substância tem sido utilizada para o tratamento de doenças como a malária, lúpus e artrite reumatoide e, de acordo com a nota, sua indicação de uso contra a COVID-19 está impactado na disponibilidade do medicamento para os pacientes destas doenças.
O documento encaminhado ao Ministério da Saúde aponta ainda “possibilidade do desenvolvimento de efeitos colaterais graves, decorrentes do uso de cloroquina ou de hidroxicloroquina em pacientes leves, o que pode exigir uma internação que poderia não acontecer sem o uso desses medicamentos, acarretando a necessidade de mais leitos hospitalares”.
O CNS pede ainda nesta mesma recomendação que o “governo federal desempenhe seu papel na defesa da ciência e a redução da dependência de equipamentos e insumos, construindo uma ampla e robusta produção nacional”.
Ao encontro com apoiadores no Palácio da Alvorada, neste sábado (23), o presidente Jair Bolsonaro novamente defendeu o uso do medicamento para tratamento de pacientes com o novo coronavírus, mesmo sem comprovação científica.
 
As informações estão no site da CNN Brasil.
Edição – André Fazano
 


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