NBA começa temporada querendo mais uma vez ser exemplo

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 22/12/2020

Às 21h desta terça-feira (22), Brooklyn Nets e Golden State Warriors iniciam mais uma temporada fora do comum na NBA (liga de basquete profissional dos Estados Unidos). Se a última (2019-2020) foi a mais longa, levando quase um ano completo para ser concluída, a de agora começa com o menor tempo de preparação. Foram apenas 72 dias, pouco menos de dois meses e meio, desde a derradeira partida das finais entre Lakers e Heat. Esse intervalo costuma durar o dobro do tempo. Como o mundo inteiro ainda se vê às voltas com os protocolos de combate ao novo coronavírus (covid-19), a liga teve novamente que se desdobrar para encontrar uma forma de realizar a temporada, depois de recorrer a um resort no complexo esportivo da Disney, na Flórida, para fechar a temporada anterior. Dessa vez os desafios parecem bem mais complicados.

Na chamada bolha criada no resort, atletas e staff de 22 times foram isolados num ambiente praticamente inacessível a outras pessoas e que acabava com a necessidade de deslocamentos para os jogos. Depois de alguns casos positivos da doença assim que os jogadores chegaram à Disney, a competição foi até o fim sem maiores transtornos, com os atletas em sua imensa maioria acatando as regras e o número de casos estagnado em zero por muito tempo.

Desta vez, a NBA fugiu do modelo, pelo pesadelo de logística que representaria colocar todos os 30 times para a disputa de uma temporada completa ao invés de uma mera reta final. Além disso, quem esteve na bolha, distante da família por até quatro meses, provavelmente não gostaria de passar por essa experiência novamente tão cedo. Assim como na retomada de 2019-2020, o dinheiro falou mais alto. Cálculos mostraram que a liga, os times e jogadores poderiam ter perdas da ordem de US$ 500 milhões se, ao invés de iniciarem a nova temporada próximo do Natal, a disputa começasse apenas em meados de janeiro. A data logo foi aprovada.

Desde então, as franquias estão em uma corrida contra o tempo para se preparar da forma que foi possível. Em questão de algumas semanas, os times escolheram seus novatos no draft, contrataram novos jogadores e começaram a pré-temporada. Isso tudo parece ínfimo diante do grande adversário para uma temporada bem-sucedida, que continua sendo o vírus.

A liga teve que fazer uma série de adaptações para tentar amenizar o impacto que a doença pode causar no funcionamento da engrenagem. O primeiro a ser afetado foi o calendário. Cada time vai fazer dez jogos a menos do que o costume (72 ao invés de 82). A NBA tentou agrupar partidas por local para minimizar o número de viagens que cada time fará, mesmo considerando que as equipes costumam viajar em voos fretados. O calendário foi dividido em duas partes e somente a primeira foi divulgada. Ela vai até 4 de março, quando acontecerá uma pausa, antes da retomada uma semana depois.

Os jogos acontecerão nas próprias arenas das equipes, a grande maioria delas sem público. Mas há exceções, já que isso varia de acordo com as regras estabelecidas pelos governos locais. Atlanta Hawks, Cleveland Cavaliers, Orlando Magic, San Antonio Spurs e Utah Jazz têm planos de receber um número limitado de torcedores, seja desde o começo ou a partir de uma data específica. Um sexto caso chama a atenção: os campeões de 2018-2019, Toronto Raptors, serão os únicos que não poderão jogar no próprio ginásio. Por serem a única franquia de fora dos Estados Unidos, eles se submetem ao protocolo do governo canadense, que impõe quarentena após a chegada do exterior. Como as idas e vindas do território americano tornariam inviável a realização de jogos em Toronto, os Raptors vão atuar em Tampa, na Flórida, onde, curiosamente, há previsão de presença de público também. Lá, o máximo permitido é de 3.800 pessoas, com distanciamento de cerca de 9 metros entre os assentos ocupados.

A proteção à saúde de atletas e comissões e a prevenção à disseminação do vírus mais uma vez passará pelos testes periódicos. Desde que os jogadores se reapresentaram, foram três rodadas gerais de testagem: a primeira retornou 48 positivos, a segunda oito e a última apenas um. Depois de inovar com a aplicação de testes de saliva, menos invasivos do que o PCR mais comum que retira material do nariz, há conversas para que os jogadores sirvam também como grupo de amostragem para a aplicação de uma vacina. Ainda não há nenhuma confirmação de um plano de vacinação para atletas e funcionários dos 30 times, mas uma possível iniciativa desse tipo não é unanimidade.

“Acho que tem pessoas que precisam mais da vacina do que nós. Temos muita sorte de estarmos em um ambiente muito seguro. E o vírus não afeta tanto um atleta de 35 anos quanto afeta outras pessoas que estão mais vulneráveis. Então, prefiro que a vacina vá para as pessoas que precisam mais”, disse o pivô Marc Gasol, do Los Angeles Lakers.

Com informações da Agência Brasil.

Edição – Cibelle Freitas.


Você está ouvindo

Cruzeiro FM 92,3 Mhz

A número 1 em jornalismo