Samu vai ser descentralizado para três unidades do Corpo de Bombeiros
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 15/01/2021
O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) deixará a base da Vila Angélica, na zona norte de Sorocaba. Serão montadas unidades descentralizadas em três unidades do Corpo de Bombeiros. No prédio onde fica a atual base do Samu, a Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES) planeja montar a unidade de retaguarda para atendimento contra a Covid-19. As informações foram confirmada pela Prefeitura de Sorocaba na noite de quinta-feira (14).
As novas bases do Samu seriam no Cerrado, Herbert de Souza e Éden. “A base será definitivamente desativada, conforme já era acordado com o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, desde o ano de 2020”, diz o Executivo. “A SES tomará diversas medidas de reestruturação e melhorias do Samu, tudo isso para otimizar o atendimento à população”, acrescenta.
O Samu ficaria sediado de forma descentralizada em bases do Corpo de Bombeiros. “Essa iniciativa promoverá um atendimento mais rápido à população. Além disso, a descentralização visa cumprir requisitos do Ministério da Saúde e o acordo previamente celebrado, desde 2015, entre Prefeitura de Sorocaba e Segurança Pública Estadual”, garante.
Ainda conforme o Executivo, a intenção é que o local — base atual do Samu — se torne um Centro de Transição e Retaguarda da Covid-19, com o objetivo de reduzir a demanda de transferências de pacientes suspeitos e confirmados com a doença para os hospitais, que hoje é feito pelo Samu.
O plano inicial é que o local tenha 20 leitos de baixa e média complexidade, além de 5 leitos de estabilização, para que seja possível dar suporte aos hospitais já conveniados. O centro funcionará se for necessário, ou seja, não há uma data definida.
Entre os integrantes do Samu, o clima é de apreensão e tensão. Houve inclusive, ao menos um pedido de demissão, que teria ocorrido em função da mudança. “Existe uma urgência vinda da Secretaria para descentralizar o Samu. Com muito pesar tenho de informá-los. Não tenho condições técnicas de continuar na coordenação. Infelizmente, não há nada que eu possa fazer. Muito obrigado pela confiança e apoio! Seremos realocados nos quartéis dos bombeiros”, diz mensagem do coordenador da base aos colegas.
“Após 13 anos sem base, vivendo de favor, no porão, conquistamos nossa base. Agora, uma ano e meio depois da tão sonhada base, querem tirar ela da gente”, lamenta um dos servidores da unidade. A “base” do Samu, vale lembrar, até 2019, era no subsolo da UPH Norte, na avenida Ipanema. “Não dará certo. Já tentaram uma vez e não deu certo”, comenta outro. “Indiferente de onde estiver, a gente vai fazer o tempo-resposta”, acrescenta.
Há ainda a preocupação com relação ao atendimento na zona norte de Sorocaba, que segundo relatado pelos funcionários, demanda de mais de 50% dos atendimentos do Samu. Com a mudança, a região terá um número menor de viaturas, e a segunança dos atendimentos poderá ficar comprometida. “Não comporta. A maior parte do atendimento do Samu, é zona norte. Vai ficar complicado”, salienta.
Outra preocupação está na distribuição das ambulâncias UTI, que não cobriria toda a cidade. Essa mudança proposta pela SES, segundo um dos servidores ouvidos pela reportagem, não atende à determinação do Ministério da Saúde.
O local onde funciona a base do Samu e que se transformará em local de retaguarda para pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19 já foi unidade de emergência para a zona norte de Sorocaba, até a inauguração da UPH Norte, na segunda gestão de Renato Amary, então prefeito pelo PSDB.
A estimativa é de que as ambulâncias do Samu realizem, em média, 120 deslocamentos para atendimentos por dia. São sete ambulâncias no total, sendo apenas duas de suporte avançado, com UTI móvel.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul.