Cessar-fogo entre Israel e Hamas provoca alívio em israelenses e comemorações na Faixa de Gaza
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 21/05/2021
Um cessar-fogo entre o exército de Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, entrou em vigor na madrugada desta sexta-feira (21) depois de 11 dias de ataques mútuos e quase 250 mortos, a maioria palestinos. A trégua começou às 2h pelo horário de Tel Aviv (20h de quinta-feira pelo horário de Brasília).
O acordo de cessar-fogo foi anunciado na noite de quinta-feira (20) em comunicado do Gabinete de Segurança israelense, que aceitou a trégua mediada pelo Egito. A decisão foi tomada em reunião do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com os chefes do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, da Agência de Segurança de Israel, do Mossad e do Conselho de Segurança Nacional.
Até o anúncio do compromisso, o Hamas disparou 40 foguetes contra Israel. Quando a trégua entrou em vigor, milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza para comemorar, lançando fogos de artifício. Já em Israel, o clima não é de euforia, mas de alívio e esperança pela volta da normalidade.
A moderação foi do Egito, mas com muita assistência internacional da parte de representantes de vários países e organizações. O governo americano foi fundamental. O presidente Joe Biden conversou por telefone na quinta-feira com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, enquanto a vice-presidente Kamala Harris conversou com o rei Abdullah, da Jordânia.
É difícil calcular os danos dessa rodada de hostilidades. De acordo com as Forças de Defesa de israelenss, o Hamas lançou mais de 4.000 mísseis, foguetes e morteiros contra Israel desde 10 de maio, quando fez o primeiro disparo contra Jerusalém. A principal alegação foi a de que Israel estaria cerceando a liberdade de culto de fiéis muçulmanos na cidade, o que Tel Aviv nega veementemente. Israel respondeu com milhares de ataques aéreos e de artilharia contra Gaza.
O número de vítimas fatais e os danos na infraestrutura local foram maiores em Gaza. Segundo dados do Hamas, os ataques israelenses mataram 232 palestinos, incluindo 65 crianças. Foram destruídas centenas de casas e a infraestrutura de túneis subterrâneos onde a liderança do grupo islâmico costuma se esconder e atuar.
Diversos prédios foram demolidos, incluindo uma torre onde funcionavam as redações dos canais de TV Al Jazeera e Associated Press, o que resultou em críticas internacionais. Nenhum jornalista morreu porque Israel alertou antecipadamente para o ataque. Tel Aviv afirma que o prédio também era usado pelo Hamas para comunicação interna e externa.
Em Israel, foram 12 mortos, incluindo duas crianças. Três dos óbitos eram trabalhadores estrangeiros, dois tailandeses e um filipino. Só não houve mais mortes por causa do sistema antiaéreo israelense Domo de Ferro, que interceptou 90% dos projéteis palestinos no ar.
Os foguetes do Hamas também destruíram ou danificaram centenas de casas e apartamentos em todo o sul e centro de Israel. Cerca de 6 milhões de pessoas passaram a última semana sob o alvo do grupo islâmico, tendo que se abrigar em bunkers a cada bombardeio.
Com informações da RFI.
Edição – Cibelle Freitas.