Em SP, Bolsonaro critica TSE, ataca Alexandre Moraes e diz que ‘o povo acordou’
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 07/09/2021
Em discurso na manifestação de 7 de setembro nesta terça-feira na avenida Paulista, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom e voltou a atacar os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Luís Barroso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Não vamos mais admitir pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição. Ele teve toda as opor para agir com respeito para todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua não agindo”, disse. “Ou o ministro se enquadra ou ele pede para sair”, completou o presidente.
Ele ainda chegou a chamar Alexandre de Moraes de canalha, ao relembrar das prisões decretadas pelo juiz no âmbito do inquérito das fake news, que apura ameaças contra a Corte.
“Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar […] seu […] povo. Mais do que isso […]. Nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade”, disse Bolsonaro.
Em outro trecho do discurso aos apoiadores, o presidente afirmou: “[Quero] dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá”, disse Bolsonaro.
“Tenho apoio de vocês. Enquanto vocês estiverem ao meu lado estarei sendo o porta-voz de vocês. Não existe satisfação maior do que estar no meio de vocês. Podem ter certeza, onde vocês estiverem eu estarei. Cumprimento patriotas que estão em todos os lugares desse Brasil hoje se manifestando por liberdade. O povo acordou”, discursou o mandatário.
O presidente voltou a dizer que não vai ser preso. “Preso, morto ou com vitória. Dizer aos canalhas, que eu nunca serei preso. A minha vida pertence…. Mas a vitória é de todos nós”.
Ele ainda relembrou o debate sobre o voto impresso e a segurança das urnas eletrônicas e criticou o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.
“Não podemos admitir um sistema eleitoral que não oferece qualquer segurança nas eleições. Não é uma pessoa do TSE que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável. Não podemos admitir um ministro do TSE usando a sua caneta desmonetizar páginas que critica esse sistema de votação. Nós queremos umas eleições limpas, democráticas, com voto auditável e contagem pública desses votos.”
Brasília
Mais cedo, na manifestação pró-governo na Esplanada, Bolsonaro disse que os atos de 7 de setembro são um ultimato para todos os que estão na Praça dos Três Poderes, “inclusive eu, o presidente da República”.
O presidente criticou prisões de conservadores nos últimos dias e fez críticas aos ministros do STF, dizendo que “esse ministro do Supremo Tribunal Federal perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal”, em referência a Alexandre de Moraes.
“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse Poder enquadra os seus ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos (…) Nós todos aqui juramos respeitar a nossa constituição, quem age fora dela ou se enquadra ou pede pra sair”, disse.
Ele afirmou que haverá na quarta-feira uma reunião do Conselho da República, com presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, além de Fux.
As assessorias de Lira e Pacheco informaram que até agora eles não foram convidados para o encontro.
O Conselho da República é regulado pela Lei 8.041/1990 e é um órgão superior de consulta do presidente da República, reunido por convocação do chefe do Executivo. A esse colegiado cabe pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio ou “questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas”.
O Conselho é presidido pelo presidente da República e dele também participam o vice-presidente, os presidentes da Câmara e do Senado, os líderes da maioria e da minoria de ambas as Casas, o ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros natos com mais de 35 anos (Presidência, Câmara e Senado nomeiam cada um dois cidadãos).
Com informações do Portal R7
Foto: Reprodução / CNN Brasil