Bolsonaro dá prazo para vacinação dos brasileiros e diz que é contra o passaporte sanitário
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 21/09/2021
Durante um discurso de 12 minutos na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu o tratamento precoce contra a Covid-19 e se disse contrário ao passaporte sanitário da vacina, exigido em alguns estados brasileiros e alguns países do mundo, entre eles em locais dos Estados Unidos, onde Bolsonaro participa do encontro. O presidente brasileiro, no entanto, garantiu que, todos os brasileiros que quiserem, poderão ser vacinados até novembro.
Ao falar da Covid, Bolsonaro fez uma defesa do tratamento precoce contra a doença e se referiu a ele mesmo como exemplo bem-sucedido da terapia. Ele teve a doença e disse ter tomado cloroquina e se curado com o medicamento, que comprovadamente não tem eficácia contra a covid. “A história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, afirmou.
O presidente também criticou prefeitos e governadores por medidas contra a disseminação do vírus, como o fechamento do comércio. “Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo”, disse. “No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.”
Questão ambiental
Bolsonaro fez uma defesa das políticas de preservação ambiental de seu governo, dizendo que o Brasil é o país que mais preserva as suas florestas. “São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500. Somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa Ocidental.”
O presidente citou dados de desmatamento do mês de agosto para embasar suas afirmações. “Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa?” Ele ainda propõs aos participantes da assembleia-geral que viessem ao Brasil: “Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia”.
Relações internacionais
O chefe do Executivo defendeu reforma do sistema de representação política da ONU, para que o Brasil tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da entidade. No ano que vem o país volta a ter uma cadeira rotativa no Conselho.
Bolsonaro declarou que, por tradição, o Brasil sempre participou de missões de paz da ONU e que deve conceder refúgio a pessoas em situação de risco no Afeganistão, depois que o Talibã retomou o poder no país, após o fim da ocupação norte-americana. “Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos”, declarou.
Economia
Ao falar de economia, o presidente disse que “o Brasil vive novos tempos” e que tem um dos melhores desempenhos entre os países emergentes. “Meu governo recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.”
Antes do presidente brasileiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um duro discurso e disse que o mundo se move ‘na direção errada’.
Com informações do Portal R7
Foto: Alan Santos/ Presidência da República