Grande Rio leva título pela primeira vez e é campeã no Rio de Janeiro

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 27/04/2022

O grito de “é campeã” das arquibancadas se concretizou. A Grande Rio, de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, conquistou o título inédito de campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. O enredo “Fala, Majeté! As Sete chaves de Exu!” desmistificou o senso comum sobre Exu, um dos orixás mais louvados das religiões de matriz africana.

A agremiação já quase conquistou o posto em 2020, 2010, 2007 e 2006, ficando em segundo lugar. A disputa foi com a Beija-Flor, de Nilópolis, por décimos.

Na comissão de frente, o ator Demerson Dalvaro, que interpretou o orixá na Sapucaí, hipnotizou o público ao subir em um globo terrestre. Na apuração, a escola garantiu a nota 10 de todos os jurados.

A escola também manteve a nota máxima em nos demais quesitos, fantasia, harmonia, bateria, samba-enredo, alegoria e adereços, enredo e mestre sala e porta-bandeira.

O desfile seguiu enérgico e vibrante, assim como Exu. A apresentação destacou o poder de transformação, a bondade e a força do orixá. Entre os fiéis da Umbanda e Candomblé, Exu é responsável por abrir os caminhos, superar dificuldades e ajudar a alcançar os objetivos. No entanto, por ser representado com roupas pretas e usar um tridente, aqueles que não tem familiaridade, associam sua imagem a algo ruim, à maldade.

O desfile encerrou com um pedido de combate à intolerância religiosa. Um carro alegórico carregava a mensagem: “Exus, a Sapucaí é vossa!”.

A  cerimônia de apuração, que teve início com cerca de 30 minutos de atraso na Praça da Apoteose, foi comandada pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, que anuncia as notas há pelo menos 30 edições do carnaval carioca.

A última campeã é a Viradouro, que levou o título de melhor escola de samba no Carnaval de 2020, após 23 anos sem ganhar. Em 2021, devido à pandemia de Covid-19, não houve desfile das escolas de samba.

Neste ano, as autoridades decidiram realizar o evento em abril, considerando que em fevereiro o cenário epidemiológico não estava propício devido à variante Ômicron do coronavírus.

São Clemente rebaixada

Apesar de muito aguardada, a São Clemente obteve a menor pontuação e foi rebaixada para a Série Ouro. O enredo, que homenageava ao ator Paulo Gustavo, que morreu no ano passado por complicação da Covid-19, não foi bem executado. O quesito recebeu nota 9,6 de todos os jurados da categoria. A escola também foi descontada no samba-enredo. Além disso, houve vários erros nos quais houve desconto de pontos, como acabamento de carros e fantasias. Os quesitos fantasias e alegoria e adereços tiveram média de 9,7.

Apuração

Os 45 jurados escolhidos pela Liesa se baseiam no Manual do Julgador para avaliar as escolas de samba na competição, sendo cinco para cada um dos nove quesitos em análise: bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegoria e adereços, fantasia, comissão de frente, além de mestre-sala e porta-bandeira.

São desconsideradas a menor e a maior nota concedidas, em cada um dos nove quesitos em julgamento. As agremiações tiveram um tempo mínimo de 60 minutos e máximo de 70 minutos para desfilar. Cada minuto faltante ou estourado resultará na perda de um décimo.


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