Barreiras humanitárias fazem mais de 70 abordagens no primeiro dia
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 11/06/2022
A Prefeitura de Sorocaba iniciou nesta sexta-feira (10) a operação barreiras humanitárias. O objetivo da ação é identificar a migração de dependentes químicos de outras cidades e também da região conhecida como Cracolândia, na capital paulista. Identificadas, essas pessoas, serão encaminhadas para tratamento e outros tipos de atendimento.
As equipes estiveram em pelo menos dois pontos da cidade: na rodoviária, que irá ter um ponto fixo; e na avenida Dom Aguirre, próximo à rodovia Senador José Ermírio de Moraes (Castelinho).
O balanço do primeiro dia da operação foi de 74 abordagens. Dezoito pessoas aceitaram atendimento social e acolhimento e quatro foram encaminhadas para clínicas de reabilitação da dependência química. Nessa situação, estava um casal, que ficou sabendo das ações pelos canais de comunicação. A esposa, então, foi buscar ajuda para a internação do marido, que é dependente químico e aceitou receber o tratamento.
Na ação, houve a oferta de vacinação contra a Covid-19 e a gripe (influenza), de modo que 25 pessoas se vacinaram: 10 contra o novo coronavírus e 15 contra a influenza.
Também foi realizada uma averiguação em hotéis e pensões localizados na região da rodoviária, contando com o apoio da Polícia Militar (PM). A equipe esteve em oito estabelecimentos, mas apenas um foi notificado por falta de alvará de funcionamento.
Além disso, 24 vans, que chegavam à cidade, foram vistoriadas, com orientações aos passageiros, e, em seguida, liberadas para seguir viagem.
Segundo a Prefeitura de Sorocaba, inicialmente, o ponto fixo irá funcionar diariamente, inclusive aos finais de semana, por 30 dias; período que poderá ser prorrogado. Já nos demais pontos, ou seja, nas entradas de Sorocaba, as barreiras humanitárias serão itinerantes. O foco do trabalho é a identificação de pessoas que estejam vindo de outras cidades em vans.
Ainda, de acordo com a Prefeitura de Sorocaba, as pessoas atendidas têm como opção os serviços sociais e de saúde, incluindo o tratamento à dependência química. “Em paralelo, será feito um censo para verificar e identificar as condições das pessoas que estão migrando para Sorocaba”, explica o secretário da Cidadania, Clayton Lustosa.
As demais cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) também observarão esse fluxo migratório, a fim de, igualmente, adotarem medidas mitigadoras da situação. Essas estratégias foram definidas após a criação de um Comitê Regional, durante reunião extraordinária da RMS convocada pelo presidente e prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, no dia 3 de junho, no Paço Municipal.
O grupo é formado por profissionais técnicos do Governo do Estado e representantes das cidades da RMS, nas áreas de cidadania, saúde, assistência social e segurança.
“Trata-se de uma estratégia, tanto para evitar que dependentes químicos vivam na marginalidade, como também para dar a devida assistência a essas pessoas e evitar que surjam pontos de minicracolândias aqui, em nosso município”, frisa o prefeito Rodrigo Manga.
Conforme a Secretaria da Cidadania, as pessoas abordadas na operação não são obrigadas a aceitar os atendimentos oferecidos, como tratamento para dependência química, entre outros serviços sociais.
Além disso, as pessoas em situação de rua, se quiserem, podem ser acolhidas no Serviço de Obras Sociais (SOS) de Sorocaba, que é uma entidade que visa melhorar a condição de vida das pessoas que estão sem um local para abrigar-se. E a terceira opção de atendimento é auxiliar a pessoa em situação de rua, que não é de Sorocaba, a voltar para sua cidade de origem.
Jornal Cruzeiro do Sul
Reportagem de Ana Cláudia Martins