RFI: líder da milícia Wagner segue para Belarus e Kremlin retira acusações contra ele

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 25/06/2023

Os mercenários Wagner abandonaram o quartel-general do exército russo em Rostov, no sudoeste do país, que havia sido tomado pelos rebeldes, que Moscou chamou de traidores. Após um sábado (24) de rebelião armada, Prigojin deve partir para Belarus e as acusações contra ele serão retiradas, conforme anunciou o Kremlin.

De acordo com analistas internacionais, o episódio demonstra a fragilidade da autoridade de Vladimir Putin. ” O fato de que os mercenários conseguiram avançar quase 800 quilômetros sem encontrar nenhuma resistência marca a fraqueza do poder russo, que foi um mito durante 20 anos”, observa Ulrich Bounat, analista geopolítico, especialista em Europa Central e Oriental, pesquisador associado do Open Diplomacy Institute. “Essa demonstração internacional da perda de autoridade de Putin demonstra que a Rússia é um Estado que se enfraquece fortemente”, completa.  

Ievguêni Prigojin “irá para Belarus”, anunciou à noite o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, assegurando que o chefe da milícia Wagner “tinha a palavra do presidente” Vladimir Putin. “O processo criminal contra ele será arquivado”, acrescentou, e “ninguém vai perseguir” os combatentes que o seguiram, “levando em conta os seus méritos na frente” ucraniana. “Alguns deles, se quiserem, poderão assinar contrato com o Ministério da Defesa”, acrescentou Peskov, sem dar mais detalhes.

O porta-voz do Kremlin ainda saudou o papel de mediador de Alexander Lukashenko na resolução das tensões que abalaram o poder russo como não se via há vários anos. “Estamos gratos ao presidente de Belarus por estes esforços” de diplomacia, sublinhou Dmitry Peskov, referindo-se a uma discussão “muito longa, franca e calorosa” entre os dois líderes, aliados contra o Ocidente na intervenção militar russa na Ucrânia.

RFI – Rádio França Internacional


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