Javier Milei vence primárias na Argentina e desponta como favorito para eleições gerais
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 14/08/2023
As eleições primárias da Argentina, que definiram, neste domingo, 13, os candidatos à presidência para as eleições de 22 de outubro, mostraram a força da direita e expuseram a crise da esquerda no país vizinho.
Com mais de 90% das urnas apuradas, o economista Javier Milei venceu o pleito e mostrou sua força para daqui a dois meses, quando os argentinos de fato escolherão seu novo presidente.
Autodefinido como “anarcocapitalista”, o outsider, candidato único do A Liberdade Avança, alcançou 30,26% dos votos. Chamado de “Jair Bolsonaro argentino”, Milei recebeu apoio do ex-presidente brasileiro na véspera da votação. Em diversas oportunidades na campanha, criticou o “socialismo” de Lula, o que indica estremecimento das relações entre os dois países caso o ultraliberal confirme o favoritismo adquirido nas prévias, conhecidas como Paso (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias).
A segunda colocação ficou com a sigla Juntos pela Mudança (27,9% dos votos), também de direita, porém mais com posições mais moderadas do que as de Milei. Apoiada pelo ex-presidente Maurício Macri, Patricia Bullrich superou a disputa interna com Horacio Rodríguez Larreta, mais próximo ao centro. O desenho deste domingo mostra que a ex-ministra da Segurança Social será a principal adversária de Milei em outubro
Derrotado, o União pela Pátria, do presidente Alberto Fernández, de esquerda, chegou a 26,6%. Como já era esperado, o atual ministro da Economia, Sergio Massa, ficou à frente do líder sindical Juan Grabois.
A Paso funciona como um funil para definir os participantes do pleito geral. Para avançar à próxima fase, os candidatos precisavam ter ao menos 1,5% dos votos válidos. Além dos três candidatos principais, conseguiram se qualificar para a disputa presidencial Juan Schiaretti (Fazemos pelo Nosso País) e Myriam Bregman (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade).