Brasil apresenta primeira desaceleração no contágio da covid-19 desde abril

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 19/08/2020

Pela primeira vez nos últimos quatro meses da epidemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), o Brasil registrou uma taxa de transmissão da doença, conhecida como taxa R, controlada, segundo estimativa da Universidade Imperial College, do Reino Unido. Para esta semana, a taxa — que prediz quantas pessoas devem contrair COVID-19 — está calculada em 0,98.

No país, a taxa R diminuiu em relação à semana anterior (estava em 1,01) e vem nesse movimento de queda. Nesse cenário, o Brasil deixou a zona vermelha da COVID-19 pela primeira vez depois de 16 semanas consecutivas de taxa de transmissão acima de 1.

Com a atual taxa de 0,98, cada 100 pessoas infectadas pelo novo coronavírus conseguem transmitir a doença para outras 98 pessoas, ou seja, o número de doentes começa a cair. Se as estimativas da taxa de transmissão continuarem assim, esses 98 doentes devem contaminar apenas 96 pessoas, que transmitirão o coronavírus para outras 94 e, dessa forma, a epidemia perderá, de forma gradual, força no país.

Entretanto, a situação nacional não é um sinônimo de controle estabilizado da transmissão da COVID-19. Isso porque ainda há risco de reaceleração do contágio, caso o maior otimismo em relação se traduza em afrouxamento das medidas de distanciamento social, como o evitar o uso de máscaras e abandonar cuidados mais intensos de proteção.

Por exemplo, tanto o Equador quanto a Bolívia, que haviam conseguiram reduzir a taxa de transmissão, retornaram nesta semana a uma fase de reaceleração da COVID-19, com 1,16 e 1,05, respectivamente. Fora das Américas, a situação se repete em países europeus como Espanha e França.

Para essa estimativa, o Imperial College calcula a taxa R com base no número de óbitos registrados pelas autoridades de saúde locais, já que esse seria um dado menos sujeito a subnotificações que o de casos registrados, por exemplo. Entretanto, há uma defasagem entre o momento do contágio e a morte, por isso, mudanças em políticas de combate ao coronavírus demoram cerca de duas semanas para se refletirem nos cálculos.

Edição – Alessandra Santos


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