Biden anuncia retorno dos EUA ao Acordo de Paris

Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 21/01/2021

Horas depois de assumir a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cumpriu a promessa de reverter uma série de medidas tomadas pelo antecessor, Donald Trump. No total, foram 17 decretos assinados pelo novo mandatário, entre eles o que determina o retorno do país ao Acordo do Clima de Paris, do qual Washington se retirou definitivamente em novembro de 2020.

“Vamos combater as mudanças climáticas de uma forma que não tínhamos tentado até agora”, disse Biden em sua primeira declaração aos jornalistas na Casa Branca, após assinar os decretos, na noite desta quarta-feira (20).

A decisão de Biden, que entra em vigor em 30 dias, foi celebrada por organizações ambientais do mundo todo. A Climate Reality festejou “um grande passo”. “Estamos gratos pelo compromisso do governo Biden com o clima no seu primeiro dia. O verdadeiro trabalho começa agora”.

No Brasil, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, disse que “os Estados Unidos viraram a página do negacionismo e do populismo. Os novos rumos da política americana são um sopro de esperança e precisam se transformar em ações o quanto antes”. Uma nota divulgada pela entidade lembra que o país é segundo maior emissor mundial de gases de efeito estufa, portanto possui “uma dívida ambiental histórica com o planeta — que se agravou ao longo dos últimos quatro anos do governo Trump”.

Além do Acordo de Paris, a lista de decretos assinados por Biden inclui outras medidas importantes em favor do meio ambiente: a revogação da permissão de construção do oleoduto Keystone XL, entre o Canadá e o estado americano de Nebraska, e uma moratória da captura de petróleo e gás natural de uma reserva natural no Ártico, cuja exploração o governo Trump havia recentemente autorizado.

Durante todo o seu mandato, o presidente republicano promoveu o desenvolvimento das energias fósseis, como o carvão, em choque com as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e na contramão do que recomendam os cientistas especializados no combate às mudanças climáticas.

Já Biden prometeu desde a campanha colocar o país no caminho para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 – o que significa medidas concretas e ambiciosas para diminuir drasticamente as emissões americanas.

O decretos assinados por Biden em seu primeiro dia governo contemplam medidas para combater a pandemia de coronavírus, a começar pela anulação da saída de Washington da Organização Mundial da Saúde (OMS). O presidente também determinou o uso obrigatório de máscaras de proteção nos prédios federais e pelos funcionários do governo, nos transportes entre estados.

No tema da imigração, está suspensa a construção do polêmico muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México, medida enfatizada pelo ex-presidente republicano em cada ocasião em que falava sobre a questão. Da mesma forma, o bloqueio de entrada no território americano de cidadãos de diversos países muçulmanos também está cancelado.

Com informações da RFI.


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