Pai relata discriminação de criança com Down em parque; advogada orienta como famílias devem agir
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 11/02/2020
A presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da 24ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Sorocaba, Sandra Regina Florio, participou do Jornal da Cruzeiro nesta terça-feira (11) e orientou as famílias de crianças com necessidades especiais como proceder se forem discriminadas nos mais diversos locais.
Ela comentou sobre o tema, repercutindo uma reportagem veiculada pelo Jornalismo da Cruzeiro FM na qual um pai relatou que não pode deixar o seu filho com Síndrome de Down em um parque infantil que fica dentro de um shopping, o que era uma prática comum da família.
A justificativa de uma funcionária é que uma criança que tinha necessidades especiais havia comido massinha de modelar, por ter ficado sozinha brincando no local, e com isso a orientação da empresa era de que crianças com deficiência não poderiam mais brincar sozinhas no local.
Sandra, que também é professora universitária e advogada especialista em processo civil, terapeuta ocupacional e mestre em educação, disse que é lamentável o que a família passou diante da discussão no dia a dia sobre a inclusão das crianças e adultos com deficiência.
A advogada afirma que a criança foi impedida de brincar e foi discriminada por ter Síndrome de Down e o Estatuto da Pessoa com Deficiência prevê como crime este tipo de postura da empresa.
O parque precisa ter número de funcionários suficiente para atender a capacidade limite das crianças, independente se elas têm ou não algum tipo de deficiência.
O desconhecimento sobre a lei não exime o local da responsabilidade e há situações em que as pessoas com necessidades especiais tem mais autonomia e nem sempre precisam de uma ajuda o tempo todo.
Neste caso, as empresas precisam saber quais são as demandas destas pessoas, para orientar seus funcionários sobre as ações, para conhecer melhor e atender o cliente.
Ela também falou das adequações das práticas pedagógicas aos alunos especiais no ensino regular e que já houve muitos avanços na questão dos cuidadores que já existem na rede municipal de ensino.
Ouça a entrevista!