Repercussão da fala de Bolsonaro contra jornalista gera confusão na Câmara dos Deputados
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 19/02/2020
Após a líder do PSOL, Fernanda Melchiona (RS), ler uma nota de repúdio, em nome das mulheres da Câmara, a fala do presidente Jair Bolsonaro contra o trabalho da jornalista Patrícia Campos Mello, repórter do jornal Folha de S.Paulo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, subiu ao plenário e acirrou ainda mais os ânimos ao “dar uma banana” às parlamentares que protestavam.
“Esse tipo de discurso também revolta, a deputada diz que fala em nome das mulheres. Calma aí, será que não tem mulher aqui comigo não? Uma banana, em nome das mulheres. Uma banana! Quero saber onde elas estavam quando o Lula falou em mulheres de grelo duro. Onde vocês estavam? Estavam perdendo dinheiro enquanto isso, estavam roubando?”, disse o deputado.
Enquanto Eduardo falava, acompanhado de homens e mulheres do PSL, começou um tumulto no plenário, com vaias de um lado e gritos de apoio ao deputado de outro.
“Isso daqui não passa de discurso político, isso aqui é a imposição do politicamente correto para tentar calar a boca do presidente Jair Bolsonaro”, gritou Eduardo. “Eu quero saber qual outro presidente machista deixou sua mulher discursar na posse? A mulher do Lula só serviu para levar a culpa da roubalheira”, continuou ele.
A oposição, no plenário, gritava “Fascista! Fascista!”. Eduardo, por sua vez, rebatia: “Raspa o sovaco, hein? Senão dá um mau-cheiro do caramba, hein?”.
As declarações de Bolsonaro
Na manhã desta terça-feira (18), em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro questionou, com insinuação de caráter sexual, a atuação de Patrícia Campos Mello em reportagens sobre o disparo massivo de mensagens durante a campanha eleitoral.
“Ela queria um furo. Ela queria dar um furo [pausa, pessoas riem] a qualquer preço contra mim”, disse Bolsonaro.
Antes do presidente, Hans River do Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, afirmou à CPI mista que apura a divulgação de notícias falsas que a jornalista se “insinuou” para obter informações.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul
Edição – Alessandra Santos