Bolsonaro falará em coletiva de imprensa às 17h e diz: 'Restabelecerei a verdade'
Publicado por departamento de Jornalismo Cruzeiro FM 92,3 em 24/04/2020
O presidente Jair Bolsonaro vai falar à imprensa às 17h desta sexta-feira (24) sobre a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que culminou no pedido de demissão do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Em uma publicação no Twitter, horas após a saída de Moro do cargo, o presidente afirmou o seguinte: “Hoje às 17h, em coletiva, restabelecerei a verdade sobre a demissão a pedido do Sr. Valeixo, bem como do Sr. Sérgio Moro”.
Mais cedo, em pronunciamento no Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro negou ter assinado o decreto de exoneração do chefe da Polícia Federal e também disse que Valeixo não saiu a pedido, conforme consta no documento.
Moro falou foi surpreendido pela exoneração de Maurício Valeixo, que era um nome da confiança de sua confiança.
A saída do diretor-geral da PF já vinha sendo discutida, mas não da forma como foi dada. A expectativa era de transferi-lo para um posto de adido da corporação em Portugal, de acordo com Moro.
O ex-ministro disse que sempre se preocupou com interferências políticas na Polícia Federal, o que, segundo ele, estaria ocorrendo com a troca do diretor-geral sem uma justificativa por parte do presidente.
“Valeixo fez um grande trabalho e foi garantida a autonomia da Polícia Federal”.
No pronunciamento feito na manhã de hoje, Moro também disse que o presidente Bolsonaro demonstrou a ele preocupação com o andamento de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). “O presidente também me disse que tinha preocupação com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal e que a troca também seria oportuna da Polícia Federal. Por esse motivo, também não é uma razão que justifique a substituição. Até é algo que gera uma grande preocupação. Enfim, eu sinto que eu tenho o dever de tentar proteger a instituição, a Polícia Federal. E por todos esses motivos, eu busquei uma solução alternativa, para evitar uma crise política durante uma pandemia. Acho que o foco deveria ser o combate à pandemia. Mas entendi que eu não podia deixar de lado esse meu compromisso com o Estado de direito”, disse o ex-ministro.
Edição – Alessandra Santos